domingo, 14 de setembro de 2008

Arquitetura da Destruição

Por: Afonso Rodrigues

Passadas seis décadas - e as gerações surgidas nelas - o nazismo continua um assunto inesgotável e presente no mundo e nas mentes humanas. Todo o absurdo gerado pelo nascimento desta ideologia, onde as sombras da humanidade foram trazidas à luz de modo exacerbado, assusta pela truculência, pela brutalidade, pela frieza, pela morbidez e por outras características que permanecem pavorosas depois de tanto tempo, daí exercer até hoje um fascínio imenso em todos que não compreendem ou se horrorizam no enfrentamento com a escuridão da nossa alma. Visitar ou re-visitar a área de penumbra gerada por Adolf Hitler é material de muita literatura, cinema, artes plásticas e documentários e parece inesgotável. Num mundo onde grupos neo-nazistas pregam o re-erguimento desta ideologia e até mesmo a existência do Holocausto é questionada por governantes anti-sionistas como surge frequentemente na pauta das matérias jornalísticas, faz-se necessário um não esquecimento deste momento vivido pela humanidade para se evitar os mesmos erros.
O documentário Arquitetura da Destruição(em DVD pela Versátil. R$ 40) onde é feita uma reflexão profunda sobre o que foi o nascimento do nazismo no coração da Europa, o continente mais desenvolvido tecnologicamente e culturalmente naquele período entre os anos 30 e 40. O diretor Peter Cohen fixa seu ponto exatamente no impacto dos valores estabelecidos pelo Partido Nazista na vida cultural e intelectual na Alemanha e depois no mundo.

Com um trabalho de pesquisa minucioso, o diretor mostra como Hitler esboçou suas metas culturais lá nos anos 20, na concepção do seu “Mein Kampf”, onde estabelece os limites cabíveis na Nova Alemanha, que surgiria das cinzas da Primeira Grande Guerra, qual fênix sedenta, acima de tudo, de morte e destruição. Falava ele: “Que são Goethe, Schiller ou Sheakespeare em comparação com os grandes heróis da nova poesia alemã? Gastas e obsoletas coisas de um passado que não podia mais sobreviver! A característica desses literatos é que eles não só produzem somente sujeira, mas, pior do que isso, lançam lama sobre tudo que é realmente grande no passado”. Montanhas de livros sendo queimados em praça pública pela Juventude Hitlerista são imagens assustadoras que ilustram a prática recorrente naqueles tempos dos quais fugiram Thomas Mann, Hermann Hesse e outros exilados desta “revolução cultural”. E imaginar que tudo foi perpetrado por Hitler, ele mesmo um aspirante a pintor que jamais ultrapassou a barreira do medíocre. Este mesmo “artista” ou “esteta” exibia a produção das artes plásticas da época, onde residem as raízes de toda a vanguarda contemporânea, em salões que intitulava “arte degenerada”. Os valores eram (e deviam ser) os da antiguidade clássica. Nada de novas concepções. Nada de renovações. Assim como a raça ariana deveria prevalecer como ideal a ser alcançado, sua arte também deveria imperar. Uma nova estatuária “clássica” surge e uma pintura “patriótica” preenche as paredes enquanto os museus dos países ocupados são saqueados impiedosamente. Até mesmo o estabelecimento do padrão plástico racial apregoado pelo Terceiro Reich segue critérios assustadores que vão desde a seleção genética do povo alemão, passando pela eliminação das “sub-raças” até o experimentalismo dos médicos, aos quais eram dadas as liberdades científicas que horrorizaram o mundo. O desenrolar destas imagens durante o documentário vai nos esmagando na poltrona até um momento síntese, que é a aparição de Albert Speer no cenário nazista.
Speer era arquiteto e foi contratado por Hitler para materializar em edifícios tudo que fosse importante na edificação do novo império. Muitas das idéias eram originárias do próprio Führer, desde conceitos de urbanização até mesmo nas construções que seriam sedes da nova nação. O desenrolar das imagens onde surgem maquetes gigantescas de uma nova Berlim, com avenidas largas o suficiente para desfiles de tropas vitoriosas, estádios de dimensões ciclópicas onde ele, Hitler, criador e mestre da Alemanha Purificada, faria aparições e discursos, tudo mostra um projeto de fazer inveja a qualquer imperador romano. Porém não é exatamente isto que surpreende, mas o fato do Führer ter pedido a Albert Speer que criasse tudo de modo que, quando destruído, gerasse belas ruínas. Como se vê, o autor do conceito da “Arte Total” a ser implantada na Alemanha, se via como mentor de um conceito de tragédia quase operístico, onde a destruição, o caos e a ruína eram o objetivo final.
E assim foi. Um sobrevôo sobre Berlim ao término da guerra mostra que ruína foi a herança deixada para o povo alemão.
Este documentário pode ser considerado um item obrigatório para todos que quiserem travar um conhecimento mais próximo com este momento abominável que a raça humana vivenciou. Para que? Para não se repetir, é a resposta mais óbvia. Mesmo assim sabemos da fragilidade do homem diante do rolo compressor do pensamento totalitário e do arraso que causa naquilo que nos transmuta em algo maior: nossa produção cultural. A China de Mao Tse Tung viveu coisa semelhante. A “Revolução Cultural” implantada lá passou o rodo num conjunto de manifestações artísticas das mais refinadas que já surgiram na história da humanidade. E lá, como na Alemanha hitlerista, sobreviveu à tempestade exatamente por ser a antítese de tudo que é morte e ruína, ou seja, a arte e a vida.

domingo, 7 de setembro de 2008

Fãs de música clássica e heavy metal são parecidos, diz estudo

Um estudo que analisa a relação entre gosto musical e personalidade sugere que há semelhanças entre fãs de música clássica e aqueles que gostam de heavy metal.

A pesquisa, realizada na Universidade Heriot Watt, em Edimburgo, na Escócia, entrevistou 36 mil pessoas. Os pesquisadores fizeram perguntas sobre características da personalidade de cada participante e pediram para que os voluntários avaliassem 104 estilos musicais.
Os resultados sugerem, por exemplo, que fãs de jazz são criativos e extrovertidos, enquanto aqueles que gostam de música pop tendem a ter pouca criatividade.
Segundo o professor Adrian North, que liderou o estudo, a surpresa foi descobrir semelhanças na personalidade de fãs de música clássica e heavy metal.

"São pessoas muito criativas, introvertidas e de bem consigo mesmas, o que é estranho. Como você pode ter dois estilos tão distintos com grupos de fãs tão parecidos?", afirmou North.

Ele ressalta que uma das explicações pode ser o “aspecto teatral desses estilos, que são dramáticos”. "As pessoas em geral têm um estereótipo sobre os fãs de heavy metal, acham que eles têm tendência suicida, são deprimidos e representam um perigo para si e para a sociedade em geral. Na verdade, são pessoas bem delicadas", afirmou.
fonte:http://www.bbc.co.uk

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

FILOSOFIA NO MOSTEIRO

Faculdade de São Bento
100 anos: 1908-2008
A mais antiga Faculdade de Filosofia do Brasil

Apresenta

FILOSOFIA NO MOSTEIRO

Palestras sobre os grandes temas abordados pela tradição filosófica e suas repercussões na contemporaneidade .

Acontece na primeira sexta-feira de cada mês (exceto férias e feriados)

05 de Setembro de 2008

Palestrante: Profº. Dr. Edélcio Gonçalves de Souza
Tema: O Conceito de Verdade na Ciência

Horário: meio-dia
Local: Teatro do Mosteiro de São Bento
Largo de São Bento s/nº - Centro – São Paulo

ENTRADA FRANCA

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Desembargadora cita HQ 'Watchmen' em decisão contra milícias no Rio

Frase 'Who watches the Watchmen' serve de epígrafe em texto jurídico.Clássico do quadrinista Alan Moore deve chegar aos cinemas em 2009.

Diego Assis
Do G1, em São Paulo
A desembargadora federal Maria Helena Cisne, do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro, usou a frase mais conhecida da HQ "Watchmen", de Alan Moore, como epígrafe do texto da decisão que culminou na prisão de 15 pessoas acusadas de envolvimento em crimes eleitorais no Rio. A frase "Who watches the Watchmen" (algo como "quem vigia os vigilantes") foi citada em inglês na abertura do documento, datado de 27/8/2008 e divulgado a jornalistas nesta sexta-feira (28).
Na epígrafe do parecer, a desembargadora citou ainda um trecho do livro "O poderoso chefão", de Mario Puzo, e a poesia "Carta aos 'puros'", de Vinicius de Moraes. Lançada originalmente entre 1986 e 1987 pela DC Comics, "Watchmen" é uma série em 12 capítulos que mais tarde foi compilada em uma graphic novel. Ambientada nos anos da Era Thatcher e da Guerra Fria, a trama gira em torno do assassinato do personagem conhecido como Comediante, um dos vários heróis veteranos colocados na ilegalidade pelo governo. O acontecimento faz com que Rorschach, outro integrante do antigo grupo de vigilantes passe a reecontrar os velhos amigos - e inimigos - em busca de uma solução para o crime misterioso.
Uma versão para o cinema da HQ, com direção de Zack Snyder, está prevista para estrear em março de 2009. O longa, no entanto, vem sendo motivo de uma disputa judicial entre a Fox e a Warner Bros. e pode ter sua data de lançamento modificada.

Liga da Justiça

Coincidência ou não, uma das milícias envolvidas na mesma investigação policial no Rio atende pelo nome de Liga da Justiça, nome do grupo de super-heróis mais famoso da DC Comics, a mesma editora que publicou "Watchmen", nos Estados Unidos.