segunda-feira, 30 de junho de 2008

Sedução e persuasão

Achei interessante publicar aqui este artigo do professor Markus Figueira para tentar contrabalançar o artigo do professor Isaar Soares já publicado AQUI.

SEDUÇÃO E PERSUASÃO: OS “DELICIOSOS” PERIGOS DA SOFÍSTICA POR MARKUS FIGUEIRA DA SILVA Professor do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

RESUMO: Este artigo atualiza uma polêmica que atravessa as relações entre filosofia e educação, pelo menos desde o (des)encontro entre Platão e os sofistas: é a virtude que há de se ensinar? É a política? É a retórica? A tese aqui defendida é que o domínio atual da ignorância e da utilidade é um resultado, lamentável, do triunfo dos ideais sofísticos sobre os platônicos.
Atualmente a palavra “ética” é mais escrita, mais pronunciada,mais reclamada que a própria palavra “filosofia”. Para o sensocomum, ética figura como uma espécie de correção da conduta,ou ainda como modelo disciplinar. Pode-se definir a ética como a parteda filosofia que problematiza o agir humano. Mas o que vemos é ocontrário, a ética é reclamada como solução para os problemas definidosno âmbito das sociedades. Em pouco tempo a massificação dotermo e o escamoteamento do seu sentido originário como conceitotêm submetido a noção de “ética” a uma banalização tamanha queacaba por afastá-la do seu sítio natural que é a filosofia. Há um grandeperigo em atribuir à palavra “ética” um valor meramente utilitário.A ética não é apenas um termo instrumental, ela se constitui numproblema pensado por toda a tradição filosófica, e o risco de se perdera capacidade de problematizá-la conduz necessariamente a umdesastre, que é transformá-la numa aparente noção, facilitando-a,coisificando-a e vulgarizando-a. Tal preocupação já havia sido levantadapor Platão em seus diálogos,1 quando dissocia a dialética da retórica,ou ainda quando diferencia a busca de um verdadeiro saber dosimples exercício de uma téchne. Ainda que não possamos aprofundarneste momento o sentido desta afirmação, não podemos deixar defazê-la: quando Platão acusa o sofista de fracassar por dizer o não-serno lugar do ser, esse fracasso pode ser dito apenas do ponto de vistaepistemológico, mas não do ponto de vista da efetividade histórica,uma vez que os sofistas fundaram o primado da aparência, erigindo,no lugar da problematizadora filosofia, a facilitadora retórica. As terríveisconseqüências deste procedimento podem ser percebidas no exercícioda política por meio das técnicas de dominação operadas pelosdiscursos.Vem de longe a idéia de que é possível moldar o ethos por meioda educação. Desde a Grécia Antiga, precisamente no século V a.C., afigura do didáskalos, isto é, o professor, toma o lugar do poeta-aedo nacondução (agogé) do processo formativo do cidadão. A sofística iniciaum movimento de tornar públicos os ensinamentos com a promessade formar homens sábios, virtuosos, poderosos e felizes. Paralelamentea este novo modelo de educação surge a idéia de publicidade. Entre asduas a mais forte, a que vigora hoje como instrumento massificador eseduz com uma eficácia sem limites os sentidos por ela capturados ésem dúvida a publicidade.

Utilitarismo e pragmatismo
Considerar a educação como estratégia fundamental para moldara cidadania – paidéia – é uma idéia antiga e tradicional, porém desde operíodo socrático-sofístico essa idéia aparece como fundamentadora danoção de ética e, mais que isso, como manancial de problemas teóricosque ensejam a prática da política. Neste sentido, a retomada do pontode vista dos sofistas (Platão, Prot. 319a), “ensinar a arte da política e empreenderfazer dos homens bons cidadãos”, anuncia o lugar da ética comoprefiguradora da política e da educação como prefiguradora do éthos. Osaber divulgado pelos sofistas sempre foi entendido como sendo do âmbitoda filosofia, o que não quer dizer que seja filosófico, ou seja, o que éfilosófico é o embate em torno da possibilidade do ensino da arte (téchne)política. O que está em jogo é a eficácia da educação para modelar o éthosde uma sociedade.
Vê-se com isso que a má compreensão da relação entre retórica efilosofia pode ter sido a origem do erro de considerar-se hoje a ética maisimportante que a filosofia ou, ainda, de definir a ética como um conjuntode normas convencionadas em sociedade para atuarem como dispositivosde correção da conduta dos indivíduos. O problema dobrade tamanho quando entra em questão o uso que se faz da ética pelosinstrumentos de poder.
A deteriorizacão dos valores é hoje em dia reclamada pelos “corretoresda ética”, entretanto o que eles reclamam é a reforma da conduta,a eficácia da norma. O que deixam de fora da reclamação é a discussãofilosófica, isto é, o discurso que reclama a ética deixou perder-seo diapasão filosófico, tornou-se ideologia, ou um conjunto de preceitosdefinidos no interior de determinados segmentos da sociedade. Tais“corretores” agem no sentido de setorizar os modelos de conduta, produzindouma fórmula ética para cada setor da sociedade. Com isso elesprecipitam no abismo a unidade da ética. Promovem uma imageminautêntica dela, separam-na da filosofia. Mas o que se esconde por trásdesta atitude? O interesse pusilânime na fabricação de resultados. Estaprática se sustenta na apropriação indevida da natureza humana, tornando-a coisa, reduzindo o seu sentido natural de realização a um elementonumérico, estatístico, operado pela racionalização econômica epolítica por meio da sedimentação cada vez maior de uma lógica pragmáticae utilitária. Neste sentido, é crescente o número de cartilhas,códigos, normas de conduta que têm como objetivo a otimização da produçãode bens mediante a correção dos desvios de comportamento isoladose nocivos ao funcionamento dos sistemas definidos segundo uma mecânicaque exclui a autonomia do humano e calcifica a pragmaticidade davida, cuja finalidade se mostra nos resultados que contabilizam ganhoseconômicos e políticos. Haveria aqui um erro de interpretação das idéiashá muito desenvolvidas ou, ainda, o esquecimento do humano como valorfundamental precipitou a filosofia numa plástica de vida na qual ela mesmaficou subordinada ao útil? Vejamos…

Paidéia
A educação tornou-se objeto de investigação dos pensadores gregosno século V a.C., os quais começaram a pensá-la como estratégia fundamentalpara moldar a cidadania. Havia, naquele momento, um interesse epistêmicode articular a pergunta pela natureza humana (phýsis antropou) à perguntapelo exercício do modo de vida (éthos). Naquele momento, a ética foiproblematizada com vistas a definir os elementos constitutivos da política. Apaidéia é a palavra grega circunstanciada ao período em que surgem os sofistaspara exprimir “o conjunto de todas as exigências ideais, físicas e espirituaisno sentido de uma formação espiritual consciente”. E ainda: “No tempode Isócrates e de Platão, está perfeitamente estabelecida esta nova e amplaconcepção da idéia da educação” (Jaeger, 1986, p. 233).
Pode-se dizer que a sofística deu início a um movimento educacionalpoderoso, do qual ainda e mais do que nunca somos herdeiros, e que temcomo estratégia de dominação a publicidade e como justificativa a necessidadede uma formatação espiritual do indivíduo. É, portanto, na política e na éticaque mergulham as raízes do seu modelo de educação (Paidéia, 238).
A partirdesse momento a educação, mediante o ensinamento dos valores por ela definidos,criará a ilusão de que é possível moldar o ideal de sociedade. Entretantoa prática educacional seguirá plasmando diferenças sociais e políticas e elegendoo poder da fala, do discurso, como arma fundamental de dominação.

Sedução e persuasão
A política passará a ser exercida em todos os meandros da sociedade eserá definida como a arte da persuasão. Persuasão como convencimento epersuasão como falácia e hipocrisia.
A eficácia persuasiva é anunciada por Górgias como finalidade maiordo discurso (Colli, p. 83). É a hegemonia da retórica que passa a interessar.A retórica surge com a dialética por uma “necessidade política”: “Noconfronto com as formas expressivas da arte e com os produtos da razãoligados à esfera política, a linguagem dialética entra no âmbito público”(Colli, p. 85).
A retórica anuncia a figura do orador que luta para subjugar a massade seus ouvintes. O lugar do discurso reveste-se de poder, passando a ser olugar da autoridade. A formação dos indivíduos prima por estabelecer umhiato entre os que definem com seus discursos (logoi) o lugar da autoridadepolítica e aqueles que a ela se submetem. A noção de sabedoria para a cidadedos muitos discursos passa a ser identificada com o poder. Assim, o éthos, oua conduta, ou, ainda, o modo de ser dos cidadãos, obedece à dualidade deposições sociopolíticas defendida pelos retóricos: de um lado a formação deuma classe de políticos-oradores que tende a ocupar os cargos públicos, deoutro a formação de uma massa de receptores de discursos, manipulados emsuas paixões, docilizados pela aparência dos discursos políticos. Os sofistasprometiam a seus ouvintes/alunos, segundo Platão, que por intermédio dassuas lições eles alcançariam a excelência (areté) da téchne oratória que os levariaa predispor do modo mais eficaz possível o surgimento da emoção nopúblico. Daí a construção da plástica figura do orador-político, cujas armassão a sedução e a persuasão. O problema surge quando, ao invés da formaçãointegral do espírito político (cidadão), busca-se o treinamento e a composiçãode uma imagem plástica do político identificado de imediato com afigura do homem de poder, o que encanta o público com um discurso“agradável” e eficaz. Funda-se com isso o primado da aparência (dóxa), ouseja, o conteúdo dos discursos visa a mexer com a emoção do público,apaixoná-lo, e não instruí-lo ou educá-lo. Subverte-se com isso o sentido originárioda paidéia, que era o de formar integralmente os indivíduos e tornáloscidadãos. Opera-se uma cisão entre o sentido paidêutico necessário àconstituição de uma sociedade ciente dos valores a serem praticados e umaimagem da política que se perpetua pelo fetiche e pela facilidade de aceitaçãopromovida pela publicidade fabricada.

Deliciosos perigos.
A noção de útil convencionada e praticada nas relações políticasacaba por delimitar o modo de vida comum dos homens em sociedade.
Em nome da utilidade proclamam-se saberes, normas, regras de conduta.Ocorre que o conflito se mostra quando se deparam as duas noções deutilidade, a saber: o útil do ponto de vista subjetivo e o útil do ponto devista objetivo.
Quando considerado do ponto de vista subjetivo, é útil tudo o queé do interesse de quem pensa os critérios da utilidade e a maneira depraticá-los. Quando considerado do ponto de vista objetivo, o útil apresenta-se sob a forma de resultados. Assim, para o bom funcionamento dasociedade como lugar dos muitos discursos é mister que os critérios e aspráticas subjetivas configuradores do poder construam os seus “cantos desereia”, isto é, que representem a prática da vida segundo um modelo aparente,otimizador das relações de produção que, não obstante, esconde aambigüidade de ser “belo e agradável”, quer dizer, apaixonante, mas tambémrestritivo e condicionante. Ser ético passa a ser seguir as determinaçõescodificadas e não pensá-las, muito menos problematizá-las. Do ponto devista dos resultados obtidos com a prática freqüente dos valores, a ética destina-se aos elementos da coletividade. Contudo, tendo-se em conta a subjetividadeprodutora de valores, o útil não se mostra nos resultados, masnos interesses que entoam a ordem melódica do canto da sereia: o poderefetiva-se por meio dos discursos e aquele que o exerce se regozija com arealidade político-social mantida nos limites da aparência.
O discurso que seduz e convence produz uma espécie de deleite:ele diz aquilo que se espera ouvir, porém de modo agradável. Como dizCícero, a boa retórica é aquela que produz três tipos de afecção, a saber:docere (instruir, ensinar), delectare (agradar) e movere (comover) (apudReboul, 2000, p. XVII).
O problema reside na aparente objetividade do discurso. A coletividadeaceita aquilo que lhe parece agradável. Ora o que parece agradávelnão produz desconfiança e torna-se um “delicioso” perigo pelo qual multidõesse deixam seduzir empenhando-se em atingirem e manterem o quantofor possível o que lhes é solicitado. Tem-se então a educação reduzida auma espécie de adestramento, ou seja, a educação presente nas estratégiasdisciplinatórias, próprias para a modelagem da conduta. Esta concepçãode educação não visa ao pensamento, não visa à descoberta, não visa à criação,pelo contrário, coisifica o homem a ponto de torná-lo um seguidor deregras, exilado de seu pensamento, aparentemente satisfeito em ser útil aosistema do qual é refém. A educação não é um instrumento de revolta, elaé prefiguradora de um comportamento homogêneo e servil. Adequar-se aoútil; autodeterminar-se ao cumprimento das normas prescritas sob a formade um código de conduta aniquila o pensamento, inibe a criatividade,condena o homem coletivo a ignorar os seus limites e as suas possibilidades.A educação como apanágio do pragmatismo e do utilitarismo condenaa sociedade ao desprezo da inteligência,2 despotencializando a naturezahumana.Ora, há quem diga que não era este o projeto da sofística e de fatonão podemos reduzir a contribuição dos sofistas ao mau uso que fizeramdos seus pensamentos. Entretanto tal perigo sempre existiu. Para os sofistasgregos na Antiguidade Clássica, a produção dos discursos, o uso e o domínioda téchne discursiva eram criativos, agradáveis, pois, segundo elesmesmos, produziam subjetividades felizes e bem logradas. A subversão dasofística pelo uso do poder político e a subjetividade produzida por essepoder sedimentaram a desvalorização da inteligência, intimidaram a criaçãoe produziram, por meio da educação sistemática e teleológica, o útilignóbil coletivo e o domínio político da ignorância. O maior temor dePlatão realiza-se século após século, em ordem crescente. A espécie humanavive e sonha com bens úteis, inerentes à caverna.

Notas
1. Veja-se O sofista, O Protágoras, O Górgias e A república.
2. O abandono da fundamentação significa o desprezo pela inteligência, pois, quando a aparência fala por si, perde-se a filosofia. Quando Platão critica a falta de fundamentação do modelo de educação sofística, ele está criticando a possibilidade de um reino de opiniões, desordenado e pueril, que facilmente pode ser dominado por um logos pseudés (discurso falso), com finalidade utilitária e funcional (pragmática).

sábado, 28 de junho de 2008

Novos cartazes de Punisher: War Zone

Os novos cartazes de Punisher: War Zone claramente baseados no desenhista mais foda do mundo Tim Bradstreet.
Punisher: War Zone estréia nos EUA em 5 de dezembro.

Clique nas imagens para ampliar








Neil Gaiman, no Brasil em julho!

O grande mestre dos sonhos, Neil Gaiman, estará no Brasil em julho! Gaiman virá para a Flip - Feira Literária Internacional de Paraty, que acontece entre os dias 2 e 6/07 em Paraty Rio de Janeiro.Eu sei que vou me odiar enquanto viver mais infelizmente não vou estar presente...eu odeio minha vida medíocre...rs

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Watchmen e a teoria do caos

Com a chegada do dia da estreia do filme Watchmen, baseado na obra celebre do mestre Alan Moore (que foi lançada de novembro de 1988 a abril de 1989), pipocam livros e artigos sobre os gibis, é o caso de Watchmen e a teoria do caos de Gian Danton.

Alan Moore, para a criação de Watchmen, parte de uma questão básica: como seria um mundo sobre o qual os super-heróis realmente caminhassem? Como eles se relacionariam com os seres humanos normais, quais seriam suas angústias, que conseqüências isso teria?
Para responder a essas perguntas, Moore lançou mão de um dos princípios da teoria do caos: o efeito borboleta.

Esse conceito foi elaborado a partir da grande dependência das condições iniciais apresentadas pelos fractais. A mudança de um único número pode transformar completamente o formato de um desenho fractal. A mesma regra vale para alguns eventos não lineares.

Assim, o bater de asas de uma borboleta em Pequin pode modificar o sistema de chuvas em Nova York.

Moore transpôs o conceito para os quadrinhos. Se o bater de asas de uma borboleta pode ter conseqüências tão imprevistas, imagine-se o surgimento de super-heróis... Para Moore, o mundo jamais seria o mesmo.

Vista sob a perspectiva dos anos 90, Watchmen destaca-se por ser uma obra nitidamente pós-moderna. Algumas características das obras pós-modernas podem ser facilmente encontradas na HQ. Entre elas, o uso de formas gastas e da cultura de massas. Na época em que Watchmen foi publicada, a narrativa super-heroiesca parecia destinada ao desaparecimento.

A construção em abismo é outra característica que encaixa Watchmen no grupo de obras pós-modernas. A história se inicia com uma trama básica, a respeito de um matador de mascarados, e, a partir dela, desmembram-se outras tramas. Como num fractal, à medida que nos aprofundamos, a história vai nos revelando novas complexidades.

Mas a principal característica pós-moderna da história parece ser a mistura do sério com o divertido. Divertido porque Watchmen é uma história de super-heróis e, em certo sentido, policial, e guarda muitas características desses dois gêneros.

Estas e outras considerações são traçadas por Gian Danton sobre a obra de Alan Moore e Dave Gibbons, uma das mais importantes criações das histórias em quadrinhos.

  • Watchmen e a teoria do caos
    Gian Danton
    Coleção Quiosque nº 13
    João Pessoa: Marca de Fantasia, 2005. 84p, 12x18cm. R$12,00
    ISBN 85-87018-56-6

Indicado para quem leu Watchmen e gosta das obras de Alan Moore.

terça-feira, 24 de junho de 2008

Lev Yashin

Famoso pelo talento e pela coragem de suas defesas durante toda a sua carreira, o goleiro soviético Lev Yashin disputa até hoje com o inglês Gordon Banks a camisa 1 da seleção dos melhores jogadores da história das Copas.O próprio Banks admite que ele escolheria Yashin para integrar a seleção de estrelas. "Tudo o que ele fez foi genial", disse. "Foram grandes defesas. Ele conhecia todos os cantos do gol, sabia interceptar cruzamentos e, além do mais, era um perfeito cavalheiro"."Na Copa de 66, ele defendeu uma bola nos pés de um atacante que quase arrancou a cabeça dele. Mas a primeira coisa que Yashin fez depois da defesa foi se levantar e ver se o jogador com quem tinha acabado de se chocar estava bem".Nascido em outubro de 1929, Yashin morreu em 1990, de complicações decorrentes de uma cirurgia. Quatro anos antes de sua morte, Yashin teve uma perna amputada.

Hóquei
Lev Yashin jogou apenas por um clube em toda a sua carreira: o Dínamo de Moscou.
Foram 22 anos vestindo a camisa do time.Com o Dínamo, Yashin faturou cinco campeonatos europeus e três títulos dentro da União Soviética. Até hoje, ele continua sendo o único goleiro na história a receber o prêmio de melhor jogador europeu - o que aconteceu em 1963.
Mas Lev Yashin é mais lembrado por analistas como o jogador que mais revolucionou a forma com que os goleiros jogam.Ele se apossou da área com tamanha coragem e vontade que até os mais habilidosos atacantes se sentiam intimidados por ele.Mas embora muitos goleiros tenham tentado copiar seu estilo combativo posteriormente, nenhum deles igualou as estatísticas do 'Aranha Negra'. Foram 270 jogos sem levar gol e 150 pênaltis defendidos.O curioso é que Yashin, cujo primeiro emprego foi numa fábrica de ferramentas em Moscou, por pouco não abandonou o futebol.Por causa de uma desavença com um técnico do Dínamo, o goleiro foi obrigado a ficar no banco por um período, quando considerou a possibilidade de se tornar jogador de hóquei sobre o gelo.
Cigarro e bebida
Mas Yashin continuou no futebol, recebendo o apelido de 'Aranha Negra' ou 'Pantera Negra' por causa do uniforme todo preto que usava nos jogos.
A frieza de Yashin no gol se manteve intacta durante toda sua carreira - talvez graças a ritual pouco comum a que ele se submetia antes de grandes partidas. Nessas ocasiões, o goleiro sempre fumava um cigarro e tomava uma bebida forte.A importância do futebol para o 'Aranha Negra' ficou clara em uma referência que fez a uma das maiores conquistas da história da humanidade.
"A alegria de ver Yuri Gagarin no espaço só é superada pela alegria de uma boa defesa de um pênalti", disse.
Como Gagarin, Lev Yashin continuou brilhando apesar das adversidades que enfrentou.
Depois do empate em 4 a 4 da União Soviética com o Chile na Copa de 62, durante o qual um Yashin fora de forma deixou escapar várias defesas consideras simples, o jornal francês L'Equipe afirmou que a carreira do soviético estava com os dias contados.
Mas o 'Aranha Negra' deu a volta por cima, defendendo a União Soviética novamente na Copa de 66 e sendo escolhido o atleta russo do século nove anos depois de sua morte.

Eu como goleiro acho que ele foi insuperável


segunda-feira, 23 de junho de 2008

Quem é você nos Cavaleiros do Zodíaco? Versão Cavaleiros de Ouro!

Você é o Dohko! Ao lado de Shion de Áries, foi o único sobrevivente da última Guerra Sagrada contra Hades. Com a técnica Misopheta Menos, conseguiu acumular energia por mais de 200 anos. Para isso, ficava sentado na frente da Cachoeira de Rozan com a identidade de Mestre Ancião. O Mestre de Shiryu, além de ser um dos mais poderosos, é o único Cavaleiro de Ouro original que se mantém vivo até o final.

Quem é você nos Cavaleiros do Zodíaco? Versão Cavaleiros de Bronze!

Você é o Shiryu! O mais sábio dos Cavaleiros de Bronze chegou a recuperar a visão depois de matar Máscara da Morte de Câncer. Ele possui apenas um ponto fraco, vulnerável apenas quando lança seu golpe. A sua força compete com Seiya em poder, e a armadura de Dragão tem o escudo mais poderoso dentre todos.

eu juro que não manipulei o resultado...rs

domingo, 22 de junho de 2008

I Sebo Cultural - UNIFAI

Aconteceu ontem dia 21/06 o primeiro sebo cultural do curso de filosofia no campus Vila Mariana do UNIFAI.

O evento contou com a presença dos professores do curso e também shows de musica e peça de teatro, os alunos e visitantes puderam conferir o lançamento do livro “Sol de Primavera” da aluna Rosemary Chaia, e adquirir vários livros, valendo destacar o livro “As Máscaras do Cogito: A interpretação da realidade humana pela ontologia fenomenológica de Jean-Paul Sartre” da professora Neide Coelho Boëchat, mestra e doutora em filosofia pela PUC – SP.

Que este seja o primeiro de muitos eventos organizados pelo curso de Filosofia, todos os envolvidos e participantes estão de parabéns.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Metal - A Headbanger's Journey

O documentário foi realizao em 2005 pelo antropólogo canadence Sam Dunn e analisa esse que é considerado por muitos como um dos estilos mais underground do rock.
por Dico do blog http://metalincandescente.blogspot.com/

Há sete anos Sam Dunn resolveu investigar as origens e o impacto cultural do género, tendo visitado o Reino Unido, Alemanha, Noruega, Canadá e Estados Unidos na companhia de Scot McFadyen, guionista e realizador de cinema, para cumprir esse desígnio. O resultado é o documentário Metal: A Headbanger's Journey (aqui numa edição especial com dois DVDs), estreado no Festival Internacional de Cinema de Toronto, no Canadá, em 2005. Na prossecução do seu objectivo Dunn entrevistou figuras míticas como Tony Iommi (Black Sabbath), Dee Snider (Twisted Sister), Vince Neil (Mötley Crüe), Bruce Dickinson (Iron Maiden), Alice Cooper, Ronnie James Dio, Lemmy (Motörhead), Tom Arya e Kerry King (Slayer), entre muitas outras. Executivos da indústria, sociólogos, musicólogos, escritores, jornalistas, investigadores, DJs e outros peritos foram igualmente ouvidos. Portanto, Metal: A Headbanger’s Journey é muito mais do que uma peça cinematográfica, revelando-se um misto de rigorosa investigação académica e jornalística, em que se tenta perspectivar, de dentro para fora – e de forma lúdico-didática -, a visão que os fãs de Metal em particular e a sociedade em geral têm do género. Notoriamente, Dunn esforçou-se por desenvolver um trabalho imparcial. Consegui-o na medida exacta em que separa a ética académica do cientista social (determinante para garantir a validade científica de uma investigação) e o entusiasmo esfuziante do fã apaixonado. Seguramente, não terá sido fácil gerir os sentimentos e, ao mesmo tempo, preservar a neutralidade exigida. Por isso, o antropólogo, que neste documentário se estreou como guionista, realizador, produtor e narrador (fazendo magnífico uso da sua dicção perfeita e timbre apaziguador), está de parabéns. O feeling do it yourself, quase underground, que o documentário emana, não poderia, também, ser mais adequado.Intensa e empolgante, a obra apresenta, no DVD 1, vários capítulos, que abordam as origens do termo "heavy metal", as características da sonoridade, as suas raízes musicais, o ambiente vivido no Metal, o comportamento dos fãs, a cultura própria do estilo, a censura a que é submetido (com menção obrigatória ao PMRC), género e sexualidade (Glam Metal, machismo e o advento das bandas femininas são os temas abordados), religião e satanismo (a não referência ao White Metal gerou uma lacuna) e morte e violência (em que se aborda a imagética agressiva inerente ao género).O DVD 2 apresenta a árvore genealógica do Metal, com a história de todos os subgéneros, um mini-documentário acerca do Black Metal norueguês (que aborda as origens do estilo, a mitologia nórdica e o satanismo, dando especial ênfase aos trágicos acontecimentos do início dos anos 90), a íntegra das entrevistas com músicos disponíveis no DVD 1 (18, no total, com destaque para aquela com o malogrado Denis "Piggy" D'Amour e Michel "Away" Lengevin, respectivamente guitarrista e baterista dos Voivod), curiosidades das viagens efectuadas no âmbito da realização do documentário e um trailer.

Sam Dunn - Antropólogo e Headbanger

quarta-feira, 18 de junho de 2008

O Segredo de Beethoven

Ed Harris decifra um enigma que pareciaimpossível: o do íntimo de Beethoven por Isabela Boscov

Um dos mistérios mais estupendos da história da música é que o alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827) tenha composto a Nona Sinfonia, de força e complexidade indescritíveis, quando já estava surdo como uma porta. Como ele nunca foi um grande missivista e a essa altura vivia também como um recluso, sem um círculo de confidentes, faltam aos pesquisadores subsídios para entender o que se passava no íntimo de Beethoven enquanto ele compunha sua obra monumental, e como se travou sua guerra entre som e silêncio. Em O Segredo de Beethoven (Copying Beethoven, Estados Unidos/Alemanha, 2006), a diretora polonesa Agnieszka Holland oferece uma versão ficcionalizada dos fatos.
Mas é uma versão tão bem arranjada, e tão atenta para com aquilo que efetivamente se sabe sobre a busca artística do compositor – por exemplo, sua crença de que o sagrado e o profano eram esferas antagônicas, mas não opostas, do espírito humano –, que, se non è vera, è ben trovata. Em outras palavras, não foi isso que aconteceu, mas bem que poderia ter sido. Para que a platéia ganhe ingresso à intimidade do compositor, Agnieszka e os roteiristas Stephen J. Rivele e Christopher Wilkinson criaram a figura de Anna Holtz, uma jovem estudante de composição contratada como copista do mestre, para passar a limpo suas partituras. Interpretada de forma correta e discreta pela alemã Diane Kruger (antes vista como a inexpressiva Helena de Tróia), a pupila toma um tombo ao constatar quanto o gênio tem de humano.

O temperamento de Beethoven é medonho, seus aposentos são imundos e seu amor opressivo reduziu seu sobrinho, Karl, a uma figura patética. Mas essa medalha tem um reverso, e Anna se fascina mais ainda do que julgava possível com quanto de genialidade e inspiração esse homem grosseiro é capaz de conter. Felizmente, o filme se esquiva de caracterizar essa atração e repulsa de forma carnal. O erotismo que corre entre Anna e Beethoven se dá num plano mais complicado, mas nem um pouco menos intenso – e é de imaginar quanto de virgindade tenha restado na moça depois de ela passar duas horas com os olhos nos olhos do mestre, durante a estréia da Nona em Viena, marcando tempo para que ele pudesse reger a orquestra sem ouvi-la (na verdade, a tarefa teria sido executada por um amigo do compositor). Na categoria das transas metafóricas, essa fica entre as mais criativas e eficazes.

Mas de nada adiantaria fazer um filme tão engenhoso sobre Beethoven se seu protagonista não fosse crível. É aí que falham as cinebiografias do compositor, como Minha Amada Imortal, com Gary Oldman. E é precisamente aí que Agnieszka acerta em cheio. Em seu filme, o americano Ed Harris faz por Beethoven aquilo que, dois anos atrás, o suíço Bruno Ganz fez por Adolf Hitler em A Queda – de alguma forma, ele compreende o que está no âmago de seu personagem e o ilumina por dentro. Acredita-se que Beethoven não tenha sido sempre irascível como o foi em seus últimos anos, quando enfrentou a tortura da surdez e as exigências sobre-humanas que impôs a si mesmo e a sua obra. Consta que, na juventude, foi expansivo e generoso para com músicos e amigos.

Harris, um ator que costuma se preparar de forma obsessiva, faz de seu velho Beethoven uma soma de tudo o que ele possa ter sido no decorrer da vida – um homem temperamental, rude e egoísta, mas também sensual, vulnerável e até divertido. Acima de tudo, ele localiza nessa bagunça espiritual a origem da contribuição indestrutível de Beethoven: a convicção de que a beleza passa longe do bonito, do organizado e do agradável, como se postulava então. A beleza está no tumulto, na mistura do vulgar e do sublime de que os homens são feitos. Ao suceder em dar forma a essa convicção, Beethoven quebrou as amarras do classicismo e libertou a arte. Faltava, até hoje, alguém capaz de dar forma ao homem que pensou essa idéia. Não falta mais.


Como Beethoven mudou a música

• Magistral em quase todos os formatos de composição, Beethoven fez a transição do classicismo para o romantismo, mudando a percepção do que era o belo na música
• Suas sinfonias (em especial a Terceira, a Quinta e a Nona) transformaram esse tipo de composição em verdadeiras obras de engenharia musical. A orquestra passou a trabalhar como se fosse ela própria um instrumento
• No período clássico, as sinfonias duravam em média quinze minutos, e cada compositor as produzia às dezenas. As de Beethoven duravam pelo menos quatro vezes mais e exigiam um trabalho hercúleo de estruturação tonal e instrumental

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O enigma dos 4 livros



Códigos indecifráveis, autores anônimos, enredos delirantes. Conheça os segredos impressos nas páginas dos livros mais misteriosos da história:

EM UM monastério medieval, um homem está escrevendo. Seus instrumentos: um pergaminho de pele de ovelha e uma pluma. O resultado de seu trabalho será um objeto único e precioso, um tesouro digno de ser guardado a sete chaves e contemplado com espanto e admiração por gerações de estudiosos: um livro.

Essa cena se repetiu inúmeras vezes ao longo dos séculos. Nos primórdios, em vez de pergaminhos usava-se argila ou tábuas de madeira com cera. No lugar da pluma, um estilete. Mas o resultado era o mesmo: uma obra literária de personalidade única.
A realidade mudou apenas em 1498, quando o alemão Johannes Gutenberg inventou o tipo móvel. Mudou, mas pouco. As obras surgidas na infância da tipografia estavam longe de ser itens populares. Eram vendidas por fortunas a aristocratas bibliófilos e ricos membros da Igreja.

Foi apenas no século 19, após a Revolução Industrial, que o livro se incorporou ao dia-a-dia. Antes disso, durante milênios e milênios, cada livro era considerado uma relíquia. Não é por acaso, portanto, que algumas obras mantenham até hoje a aura de mistério.

OS LIVROS DO DESTINO

Eram os últimos anos do século 6 a.C. quando uma viajante entrou pelos portões de Roma e pediu uma audiência com Tarquínio, governante da cidade. A estrangeira trazia 9 livros que continham "revelações divinas". Pediu 300 peças de ouro pelo lote, provavelmente escrito em folhas de palmeira ou papiro, já que não havia pergaminhos na época. Tarquínio recusou. Irritada, a desconhecida queimou 3 livros e ofereceu os restantes pelo mesmo preço. Proposta negada, ela destruiu outras 3 obras e repetiu a pedida. Impressionado, Tarquínio consultou seus sacerdotes e comprou os livros sobreviventes. Em seguida encerrou os volumes numa cripta subterrânea sob o Templo de Júpiter Capitolino - o mais importante da cidade.

Esse relato foi narrado por diversos historiadores antigos. Lactâncio, que viveu no século 3 d.C., afirmou que a desconhecida era Sibila de Cumas, sacerdotisa do deus Apolo, que tinha o dom da clarividência. Seus livros estariam repletos de profecias. Hoje, sabe-se que a maior parte da história não passa de lenda. O que não resolve o mistério. Por exemplo: havia, de fato, uma coleção de obras misteriosas nos subterrâneos do Templo de Júpiter. Era conhecida como Libri Fatales, os "Livros do Destino", ou Libri Sibillini, os "Livros da Sibila".

Escritos em grego, os volumes só podiam ser manuseados por sacerdotes conhecidos como quindecemviri, ou "os quinze homens", e sob ordem expressa do Senado. Revelar seu conteúdo rendia a pena de morte. Os livros eram consultados sempre que uma calamidade se aproximava. Interpretando os versos, os sacerdotes encontravam a solução para o problema e prescreviam construções de templos, orações ou sacrifícios humanos. A enigmática coleção foi destruída em 83 a.C., quando o Templo de Júpiter ardeu em chamas. De seu conteúdo, restaram apenas alguns poucos versos.

A origem dos Libri até hoje intriga historiadores. Para o francês Raymond Bloch, as obras foram escritas pelos etruscos - povo que habitava a Itália antes de Roma ser fundada - e traduzidas para o grego. Há quem opine que tudo não passava de embuste. "Os livros podem ter sido forjados pelo próprio Tarquínio, que usaria as profecias para justificar suas decisões", escreveu a espanhola Concha de Salamanca no Dicionário del Mundo Clásico.

A história dos Libri não acabou com o incêndio do templo. Até o século 4, escritores forjaram cópias da coleção para propagandear o cristianismo: os versos traziam previsões, "escritas séculos antes do nascimento de Jesus", que falavam sobre a vinda do Messias. As farsas circularam pela Europa durante séculos e foram reunidas num único volume pelo editor Servatius Gallaeus, na Holanda. Isso em1689.

DELÍRIOS DE SÃO TOMÁS



Um casal de gêmeos siameses é embalado por um pássaro azul gigante. Enquanto isso, dois cavaleiros cruzam lanças montados em feras monstruosas: o primeiro usa um elmo feito de raios de sol, o segundo tem 3 rostos semelhantes às fases lunares. Mais adiante, uma criança nua, com a cabeça estraçalhada, arranca pedaços do tórax e os oferece a um companheiro. Sob as asas negras de um corvo, um macaco sorridente toca violino.

Não, leitor, essas cenas não estão em um quadro de Salvador Dali. As imagens acima fazem parte dos tesouros gráficos do Aurora Consurgens - em latim, "Aurora que Surge", escrito entre os séculos 13 e 15, um dos livros mais obscuros da Idade Média. Grande parte do seu mistério gira em torno do nome do autor. De acordo com tradições medievais, esse seria o último livro escrito por são Tomás de Aquino, um dos maiores pensadores do cristianismo.

Considerado incompreensível pela maioria dos estudiosos, Aurora pertence a um gênero há muito desaparecido: o tratado alquímico. A alquimia era uma espécie de ciência primitiva, que misturava química, filosofia, astrologia e misticismo. Seus praticantes dedicavam-se a uma tarefa digna de contos fantásticos: encontrar a fórmula da "pedra filosofal", substância capaz de converter metais em ouro e de prolongar a vida. As imagens podem ser vistas como metáforas para os processos de transformação - um animal macho e um animal fêmea juntos, por exemplo, poderiam simbolizar a união do enxofre com o mercúrio, substâncias que os alquimistas consideravam opostas.

Durante centenas de anos, o Aurora foi uma das obras mais raras do mundo ocidental. Suas cópias limitavam-se a manuscritos esparsos. Até que no início do século 20 uma reprodução foi casualmente descoberta por um bibliófilo famoso: o psicólogo suíço Carl J. Jung, que ficou hipnotizado pelas imagens fantasmagóricas e interpretou os símbolos alquímicos do Aurora como alegorias do inconsciente humano. Jung levava a sério a versão que atribuía a obra a são Tomás. Para ele, o livro era uma transcrição das últimas palavras do filósofo, pronunciadas em seu leito de morte no mosteiro de Santa Maria della Fossa-Nuova, na Itália.
A hipótese é apoiada nos relatos de alguns biógrafos que afirmam que o santo morreu em estado de perturbação mental, assombrado por delírios místicos e visões do além. "À primeira vista, o Aurora parece um texto esquizofrênico, com múltiplos sentidos divergentes", diz Gelson Luis Roberto, presidente do Instituto Junguiano do Rio Grande do Sul. "Mas um olhar mais cuidadoso revela que, talvez, trate-se dos últimos estertores de uma mente brilhante."

O ENIGMA DE VENEZA

Os livros impressos no século 15 são conhecidos como incunabula - de incunabulum, em latim, "berço" ou "princípio". Raros, frágeis e belos, são objeto de desejo de qualquer bibliófilo. Em dezembro de 1499, chegou às estantes de Veneza um dos incunabula mais estranhos e controvertidos. A obra tem biografia tão intrigante quanto o título da capa: Hypnerotomachia Poliphili, que numa tradução aproximada do grego significa "A Luta Amorosa de Poliphilo em um Sonho".
A autoria é desconhecida - apenas o editor é conhecido: Aldus Manutius, o primeiro impressor profissional da Itália.

O Hypnerotomachia tem uma característica célebre: as magníficas ilustrações em litogravura. "O livro representa uma revolução na história da tipografia. É uma obra de arte", diz o empresário e bibliófilo José Mindlin, um dos poucos sul-americanos que contam com um exemplar na prateleira.
Mas o que fez mesmo a fama do livro é o fato de ser um dos mais complicados de todos os tempos. Escrito numa mistura de latim, italiano, grego, hebraico, árabe e imitações de hieróglifos egípcios, a narrativa mistura pesadelos sanguinolentos, aventuras intricadas e devaneios eróticos, entremeados por comentários sobre literatura, arte e música.
O enredo é um labirinto: durante um sonho, Poliphilo parte em busca de sua amada, Polia, atravessando bosques, ruínas e cidades bizarras. Nesse cenário delirante, depara com deuses, ninfas e dragões. Um texto do século 16 sugeriu que a narrativa obscura e as ilustrações enigmáticas eram partes de um código alquímico.
No best seller O Enigma do Quatro, publicado no Brasil em 2005, os autores tentam encontrar significados ocultos nos jogos de palavras do livro.
Sobre a misteriosa identidade do autor, existem apenas pistas. Por exemplo: alinhadas, as letras iniciais de cada um dos 38 capítulos formam a frase "Poliam Frater Franciscus Colonna Peramavit" - em latim, "O irmão Francisco Colona amava Polia loucamente". Sabe-se que na época havia dois Franciscos Colonna: um aristocrata romano e um monge dominicano - este, o maior suspeito. De acordo com os anais dominicanos, por volta de 1500 ele solicitou um empréstimo para ajudar na publicação de um livro. Na década de 1990, a estudiosa francesa Liane Lefaivre sugeriu nova hipótese: o autor seria Leon Battista Alberti, espécie de artista multimídia do Renascimento, que era pintor, músico, arquiteto, filósofo, poeta e lingüista. Com um currículo desse calibre, Alberti bem que poderia ter escrito o livro mais complicado da literatura ocidental.

O DOUTOR FANTÁSTICO

A aura de mistério que cerca os Libri Fatales ou o Aurora Consurgens é alimentada pelo anonimato. Já as Opera Omnia Paracelsi ("Obras Completas de Paracelso") entraram para o panteão dos enigmas pelo motivo oposto: as lendas e controvérsias que cercam a figura de seu autor.
O suíço Theophrastus Philipus Aureolus Bombastus, mais conhecido como Paracelso, é um dos autores mais esquisitos na história. Era médico, químico e astrólogo; baixinho, enfezado e beberrão. Viajou com uma pequena trouxa de roupa pela França, Suécia, Rússia. Há quem diga que ele foi até a China, que estudou os segredos dos sábios de Constantinopla.

Paracelso fez fama transcrevendo suas experiências. Para ele, o Universo tinha demônios, espíritos e bruxas. Magia e ciência se cruzavam. E o mundo guardava uma doutrina secreta, passada a cada geração por magos persas, sacerdotes egípcios e alquimistas medievais, que ensinava a transformar metais, prever o futuro e tratar doenças incuráveis. Os inimigos esbravejavam, mas não conseguiam resolver a contradição: parecia inexplicável que a ciência maluca de Paracelso funcionasse tão bem - ele conseguia curar mais gente do que seus críticos.

A maior parte dos seus escritos foi reunida na coleção Omnia Opera, publicada no século 16. Desde então, sua fama oscila de louco a visionário. "Ele é uma figura controvertida, no limite entre a ciência e o obscurantismo", diz Jorge de Carvalho, antropólogo da Universidade Nacional de Brasília. Essa combinação de cientista moderno e feiticeiro medieval ainda é um enigma - e as páginas de seus tratados continuam tão intrigantes e perturbadoras quanto 5 séculos atrás.

Escrito por José Francisco Botelho para a Revista Superintessante

domingo, 15 de junho de 2008

Qual a percepção dos filósofos e estudiosos das Ciências Sociais em relação ao sapo que não lava o pé?

Olavo de Carvalho:
O sapo não lava o pé. Não lava porque não quer. Ele mora lá na lagoa, não lava o pé porque não quer e ainda culpa o sistema, quando a culpa é da PREGUIÇA. Este tipo de atitude é que infesta o Brasil e o Mundo, um tipo de atitude oriundo de uma complexa conspiração moscovita contra a livre-iniciativa e os valores humanos da educação e da higiene! (Olavo de Carvalho é um filósofo e comentarista político brasileiro. Mesmo não confirmando, sua posição política, na teoria, seria considerada de direita - ou extrema direita conservadora. Diga - se de passagem, Olavo de Carvalho, independente se é ou não de extrema direita, é com certeza anti - comunista, pois ele mesmo já deixou isso claro. Sendo um anti - comunista, não vê o sapo - o trabalhador ou operário, numa visão mais marxista - como um membro de uma classe desfavorecida por conta do Sistema. Para Olavo, qualquer pessoa (ou o 'sapo') pode ter uma condição financeira plena, basta apenas trabalhar*. No caso, o pobre - ou, no caso, o sapo que não lava o pé - não se esforçou o suficiente para enriquecer, ou na pior das hipóteses, é um vagabundo vive na custa de outros sapos).
*na percepção marxista, o trabalho é exploratório e a proporção do número de horas de trabalho para o quanto se recebe é inversa - logo, quanto mais se trabalha, menos se ganha dinheiro
.

Marx:
A lavagem do pé, enquanto atividade vital do anfíbio, encontra-se profundamente alterada no panorama capitalista. O sapo, obviamente um proletário, tendo que vender sua força de trabalho para um sistema de produção baseado na detenção da propriedade privada pelas classes dominantes, gasta em atividade produtiva alienada o tempo que deveria ter para si próprio. Em conseqüência, a miséria domina os campos, e o sapo não tem acesso à própria lagoa, que em tempos imemoriais fazia parte do sistema comum de produção. (Marx, em seu clássico "Manifesto do Partido Comunista", apresenta a divisão de classes no sistema econômico, a dicotomia do dominador e do dominado: a burguesia e o proletariado. A metáfora do ato de 'lavar o pé' é a condição sócio - financeira do sapo, este que só poderá lavar o pé quando possuir condições infraestruturais adequadas e, sendo assim, quebrando o sistema comum de produção - onde o operário sai como o 'líder' de si próprio. Para isso, ele teria de organizar uma luta operária com outros sapos, pois somente através desse conflito de classes ele conseguirá o acesso pleno e digno dos recursos sociais, sem a exploração externa.)

Engels: isso mesmo. (ou seja, a idéia é de que Engels nada mais é do que uma maria - vai - com - as - outras, ou melhor, "maria - vai - com - o - Marx")

Foucault:
Em primeiro lugar, creio que deveríamos começar a análise do poder a partir de suas extremidades menos visíveis, a partir dos discursos médicos de saúde, por exemplo. Por que deveria o sapo lavar o pé? Se analisarmos os hábitos higiênicos e sanitários da Europa no século XII, veremos que os sapos possuíam uma menor preocupação em relação à higiene do pé – bem como de outras áreas do corpo. Somente com a preocupação burguesa em relação às disciplinas – domesticação do corpo do indivíduo, sem a qual o sistema capitalista jamais seria possível – é que surge a preocupação com a lavagem do pé. Portanto, temos o discurso da lavagem do pé como sinal sintomático da sociedade disciplinar. (Foucault defende o fato do sapo não lavar o pé como uma decisão pessoal - o princípio da ética de Foucault é relativa, baseado nos critérios de avaliação da pessoa que está decidindo - no caso, o sapo decide não lavar o pé baseado na cultura que lhe conduz).

Weber:
A conduta do sapo só poderá ser compreendida em termos de ação social racional orientada por valores. A crescente racionalização e o desencantamento do mundo provocaram, no pensamento ocidental, uma preocupação excessiva na orientação racional com relação a fins. Eis que, portanto, parece absurdo à maior parte das pessoas o sapo não lavar o pé. Entretanto, é fundamental que seja compreendido que, se o sapo não lava-se o sapo não lava o pé, é porque tal atitude encontra-se perfeitamente coerente com seu sistema valorativo – a vida na lagoa.

Nietzsche:
Um espírito astucioso e camuflado, um gosto anfíbio pela dissimulação - herança de povos mediterrâneos, certamente - uma incisividade de espírito ainda não encontrada nas mais ermas redondezas de quaisquer lagoas do mundo dito civilizado. Um animal que, livrando-se de qualquer metafísica, e que, aprimorando seu instinto de realidade, com a “dolcezza” audaciosa já perdida pelo europeu moderno, nega o ato supremo, o ato cuja negação configura a mais nítida – e difícil – fronteira entre o Sapo e aquele que está por vir, o Além- do-Sapo: a lavagem do pé. (O Além – do – sapo, que na linguagem nietzcheana é o “Übermensch”, ou “Super homem”, é o estágio supremo ao qual o sapo deverá atingir, nesse caso, o ato de lavar o pé o levará à sua superação como animal.O homem, ou melhor, o sapo que ainda não está preparado para essa evolução individual, estará sempre negando aquilo que não pretende fazer – por isso vem o niilismo, a anulação das coisas em sua volta – uma delas, é a negação da higiene dos pés).

Filmer:
Podemos ver que, desde a época de Adão, os sapos têm lavado os pés. Aliás, os seres, em geral, têm lavado os pés à beira da lagoa. Sendo o sapo um descendente do sapo ancestral, é legítimo, obrigatório e salutar que ele lave seus pés todos os dias à beira do lago ou lagoa. Caso contrário, estará incorrendo duplamente em pecado e infração.

Locke:
Em primeiro lugar, faz-se mister refutar a tese de Filmer sobre a lavagem bíblica dos pés. Se fosse assim, eu próprio seria obrigado a lavar meus pés na lagoa, o que, sustento, não é o caso. Cada súdito contrata com o Soberano para proteger sua propriedade, e entendo contido nesse ideal o conceito de liberdade. Se o sapo não quer lavar o pé, o Soberano não pode obrigá-lo, tampouco recriminá-lo pelo chulé. E ainda afirmo: caso o Soberano queira, incorrendo em erro, obrigá-lo, o sapo possuirá legítimo direito de resistência contra esta reconhecida injustiça e
opressão.

Kant:
O sapo age moralmente, pois, ao deixar de lavar seu pé, nada faz além de agir segundo sua lei moral universal ‘apriorística’, que prescreve atitudes consoantes com o que o sujeito cognoscente possa querer que se torne uma ação universal. (Kant em sua premissa apresenta três princípios da ética, sendo o primeiro e o mais famoso deles, o conhecimento a priori. Este é o conhecimento que não possui base empírica, ou seja, o sapo não tem o conhecimento de lavar o seu pé, porque nunca o fez – ou seja, não possui experiência nisso – portanto, segundo Kant, não há nada de errado nisso. O outro conhecimento, a posteriori, é o que leva à epistemologia universal, o que predomina que todos os sapos devem lavar os seus pés. Mas enquanto o sujeito (sapo) não lava o seu pé, isso não significa que ele é um sujeito imoral, pois lavar o pé não é condição universal de sobrevivência dos sapos).
Freud:
Um superego exacerbado pode ser a causa da falta de higiene do sapo. Quando analisava o caso de Dora, há vinte anos, pude perceber alguns dos traços deste problema. De fato, em meus numerosos estudos posteriores, pude constatar que a aversão pela limpeza, do mesmo modo que a obsessão por ela, podem constituir-se num desejo de autopunição. A causa disso encontra-se, sem dúvida, na construção do superego a partir das figuras perdidas dos pais, que antes representavam a fonte de todo conteúdo moral do girino.
Nota de Freud: Kant jamais lavou seus pés.

Jung:
O mito do sapo do deserto, presente no imaginário semita, vem a calhar para a compreensão do fenômeno. O inconsciente coletivo do sapo, em outras épocas desenvolvido, guardou em sua composição mais íntima a idéia da seca, da privação, da necessidade. Por isso, mesmo quando colocado frente a uma lagoa, em época de abundância, o sapo não lava o pé.

Sartre/Kierkegaard:
O sapo lavando o pé ou não, o que importa é a existência. O sapo é um ser livre para escolher se quer ou não lavar o pé. (Os autores Existencialistas apresentam a liberdade de escolha, e a do sapo foi categórica – escolheu não lavar os pés. Porém, essa escolha implica na aceitação do resultado desta ação).

Hegel:
Podemos observar na lavagem do pé a manifestação da Dialética. Observando a História, constatamos uma evolução gradativa da ignorância absoluta do sapo – em relação à higiene – para uma preocupação maior em relação a esta. Ao longo da evolução do Espírito da História, vemos os sapos se aproximando cada vez mais das lagoas, cada vez mais comprando esponjas e sabões. O que falta agora é, tão somente, lavar o pé, coisa que, quando concluída, representará o fim da História e o ápice do progresso.

Comte:
O sapo deve lavar o pé, posto que a higiene é imprescindível. A lavagem do pé deve ser submetida a procedimentos científicos universal e atemporalmente válidos. Só assim poder-se-á obter um conhecimento verdadeiro a respeito.

Schopenhauer:
O sapo cujo pé vejo lavar é nada mais que uma representação, um fenômeno, oriundo da ilusão fundamental que é o meu princípio de razão, parte componente do principio individuationis, a que a sabedoria vedanta chamou "véu de Maya". A Vontade, que o velho e grande filósofo de Königsberg chamou de Coisa-em si, e Platão localizava no mundo das idéias, essa força cega que está por trás de qualquer fenômeno, jamais poderá ser capturada por nós, seres individuados, através do princípio da razão, conforme já demonstrado por mim em uma série de trabalhos, entre os quais o que considero o maior livro de filosofia já escrito no passado, no presente e no futuro: "O mundo como vontade e representação".


Platão1:
Górgias:
Por Zeus, Sócrates, os sapos não lavam os seus pés porque não gostam da água!Sócrates: Pensemos um pouco, ó Górgias. Tu assumiste, quando há pouco dialogava com Filebo, que o sapo é um ser vivo, correto?
Górgias: Sou forçado a admitir que sim.Sócrates: Pois bem, e se o sapo é um ser vivo, deve forçosamente fazer parte de uma categoria determinada de seres vivos, posto que estes dividem-se em categorias segundo seu modo de vida e sua forma corporal; os cavalos são diferentes das hidras e estas dos falcões, e assim por diante, correto?
Górgias: Sim, tu estás novamente correto.
Sócrates: A característica dos sapos é a de ser habitante da água e da terra, pois é isso que os antigos queriam dizer quando afirmaram que este animal era anfíbio, como, aliás, Homero e Hesíodo já nos atestam. Tu pensas que seria possível um sapo viver somente no deserto, tendo ele necessidade de duas vidas por natureza,ó Górgias?Górgias: Jamais ouvi qualquer notícia a respeito.
Sócrates: Pois isto se dá porque os sapos vivem nas lagoas, nos lagos e nas poças, vistos que são animais, pertencem e uma categoria, e esta categoria é dada segundo a característica dos sapos serem anfíbios.Górgias: É verdade.Sócrates: precisando da lagoa, ó Górgias meu caro, tu achas que seria o sapo insano o suficiente para não gostar de água?Górgias: não, não, não, mil vezes não, Ó Sócrates!Sócrates: Então somos forçados a concluir que o sapo não lava o pé por outro motivo, que não a repulsa à água
Górgias: de acordo

Platão2:
O sapo que vemos é nada além da corruptela do sapo ideal, que a alma conheceu antes da Queda. O sapo ideal lava seus pés eternos com esponjas imutáveis, num mundo sem movimento. O sapo imperfeito, porém, jamais lava os pés.

Aristóteles:
O [sapo] lava de acordo com sua natureza! Se imitasse, estaria fazendo arte . Como [a arte] é digna somente do homem, é forçoso reconhecer que o sapo lava segundo sua natureza de sapo, passando da potência ao ato. O sapo que não lava o pé é o ser que não consegue realizar [essa] transição da potência ao ato.Diógenes, o Cínico:
Dane-se o sapo, eu só quero tomar meu sol.

Parmênides de Eléia:
Como poderia o sapo lavar os pés, ó deuses, se o movimento não existe?Heráclito de Éfeso:
Quando o sapo lava o pé, nem ele nem o pé são mais os mesmos, pois ambos se modificam na lavagem, devido à impermanência das coisas.

Epicuro:
O sapo deve alcançar o prazer, que é o Bem supremo, mas sem excessos. Que lave ou não o pé, decida-se de acordo com a circunstância. O vital é que mantenha a serenidade de espírito e fuja da dor.

Estóicos:
O sapo deve lavar seu pé de acordo com as estações do ano. No inverno, mantenha-o sujo, que é de acordo com a natureza. No verão, lave-o delicadamente à beira das fontes, mas sem exageros. E que pare de comer tantas moscas, a comida só serve para o sustento do corpo.

Descartes:
nada distingo na lavagem do pé senão figura, movimento e extensão. O sapo é nada mais que um autômato, um mecanismo. Deve lavar seus pés para promover a autoconservação, como um relógio precisa de corda.

Maquiavel:
A lavagem do pé deve ser exigida sem rigor excessivo, o que poderia causar ódio ao Príncipe, mas com força tal que traga a este o respeito e o temor dos súditos. Luís da França, ao imperar na Itália, atraído pela ambição dos venezianos, mal agiu ao exigir que os sapos da Lombardia tivessem os pés cortados e os lagos tomados caso não aquiescessem à sua vontade. Como se vê, pagou integralmente o preço de tal crueldade, pois os sapos esquecem mais facilmente um pai assassinado que um pé cortado e uma lagoa confiscada.

Rousseau:
Os sapos nascem livres, mas em toda parte coaxam agrilhoados; são presos, é certo, pela própria ganância dos seus semelhantes, que impedem uns aos outros de lavarem os pés à beira da lagoa. Somente com a alienação de cada qual de seu ramo ou touceira de capim, e mesmo de sua própria pessoa, poder-se-á firmar um contrato justo, no qual a liberdade do estado de natureza é substituída pela liberdade civil.

Horkheimer e Adorno:
A cultura popular diferencia-se da cultura de massas, filha bastarda da indústria cultural. Para a primeira, a lavagem do pé é algo ritual e sazonal, inerente ao grupamento societário; para a segunda, a ação impetuosa da razão instrumental, em sua irracionalidade galopante, transforma em mercadoria e modismo a lavagem do pé, exterminando antigas tradições e obrigando os sapos a um procedimento diário de higienização. (Os membros da Escola de Frankfurt, que propagaram a Teoria Crítica Social, consideram o ato de lavar o pé como parte de uma ideologia dominadora, que fortalece o determinismo social. No caso, o sapo que não lava o pé estaria praticando a Racionalidade Crítica, pois vai contra os princípios de reificação da limpeza dos pés, ou seja, a banalização dela. Ele – o sapo – seria a contracultura também, pois acaba negando o Sistema, o processo de padronização promovido pela massificação).

Gramsci:
O sapo, e além dele, todos os sapos, só poderão lavar seus pés a partir do momento em que, devido à ação dos intelectuais orgânicos, uma consciência coletiva principiar a se desenvolver gradativamente na classe batráquia. Consciência de sua importância e função social no modo de produção da vida. Com a guerra de posições - representada pela progressiva formação, através do aparato ideológico da sociedade civil, de consensos favoráveis– serão criadas possibilidades para uma nova hegemonia, dessa vez sob a direção das classes anteriormente subordinadas.

Bobbio:
existem três tipos de teoria sobre o sapo não lavar o pé. O primeiro tipo aceita a não-lavagem do pé como natural, nada existindo a reprovar nesse ato. O segundo tipo acredita que ela seja moral ou axiologicamente errada. A terceira espécie limita-se a descrever o fenômeno, procurando uma certa neutralidade.

Kelsen:
Ao sapo é obrigatório não lavar o pé, pois da conduta contrária resulta a aplicação de uma sanção objetivamente válida de acordo com o direito positivo. É, ademais, moral que o sapo não lave o pé, pois o direito positivo é o único ordenamento social que possui critérios objetivos e universais para qualificar o comportamente dos indivíduos.

sábado, 14 de junho de 2008

Mais sobre Logan na IIWW


Cenas rodadas na praia Blacksmiths, na Austrália, incluem uma presença-surpresa.

Noticia originalmente publicada em http://www.omelete.com.br/
Por Marcelo Hessel
As cenas de X-Men Origins: Wolverine rodadas esta semana na praia Blacksmiths, na Austrália - cujas fotos linkamos aqui - envolviam alguns figurantes. Um desses extras escreveu para o site SuperheroHype explicando o que eles estavam filmando lá.
O relato tem spoilers leves. O terceiro parágrafo apresenta uma informação importante.

"A cena era parte da Segunda Guerra Mundial, na praia Omaha [código que o
exército dos EUA usou no seu desembarque na Normandia, no Dia D]. Cerca de 70
extras foram contratados para a cena do desembarque, entre figurantes normais e
pessoas treinadas em práticas militares, como eu, que sou oficial de reserva na
Austrália. Essa prática de alguns extras deu às cenas mais realismo, a meu ver.
Poucos de nós, liderados por Logan, conseguem deixar a praia e lutar até os
bunkers dos alemães.
Usamos os unifomes da 29a. Divisão de Infantaria. Como
desembarcamos sob fogo cerrado, eu diria que estávamos no 116º Regimento, mas
não fomos os primeiros a descer do barco, ainda que estivéssemos na primeira
onda de ataque. Se você for um perfeccionista com a história, pode achar que os
detalhes são um pouco misturados, mas essas coisas acontecem nos filmes. Se eu
tivesse que arriscar eu diria que éramos a Companhia C do 116º Regimento da 29a.
Divisão de Infantaria.
Hugh Jackman e Liev Schreiber [que interpreta
Dentes-de-Sabre] parecem ser caras legais. Hugh disse algumas palavras de
encorajamento pra gente antes de filmar e Liev tinha cara de quem estava
gostando de estar ali no set. Os dois se molharam e ficaram cobertos de areia
como nós. São três pelotões que desembarcam com Logan e [Victor] Creed, e os
heróis estavam no primeiro pelotão, que foi basicamente exterminado. Mas os dois
têm fator de cura mutante..."


O filme que contará a origem do mutante canadense, sua passagem pelo programa Arma X e seu relacionamento com vilões e aliados estréia em 1º de maio de 2009.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Os benefícios da solidão


Por Douglas Tufano
A solidão parece não ter lugar no mundo de hoje. Muita gente, aliás, parece ficar apavorada à simples idéia da solidão. A propaganda nos bombardeia enfiando em nossa cabeça que o bom é sair para se divertir com os outros, é ir a baladas junto com centenas de outras pessoas, misturar-se à multidão, cantar, dançar e beber até esquecer-se de tudo, inclusive (e principalmente) de si mesmo. Parece que se alguém prefere ficar sozinho, é porque tem algum problema. Atualmente, para a maioria das pessoas, solidão não combina com felicidade.
E, no entanto, isso me parece um grande equívoco.

Querer ficar sozinho, sair da agitação frenética da diversão barulhenta para recolher-se no silêncio de um quarto, para ler, ouvir música suave e pensar é um sintoma de saúde mental, pois precisamos desses momentos de recolhimento para escapar da roda-viva massacrante do quotidiano.

Hoje em dia, entretanto, tudo conspira contra a solidão. Se vamos a um hotel-fazenda, por exemplo, logo aparecem os monitores de lazer que querem nos obrigar a participar de brincadeiras, jogos, gincanas. Se você diz que quer ficar sossegado num canto, apreciando a paisagem, eles fazem cara de espanto. Não admitem que alguém possa se sentir bem assim. E lá vão eles arrastando as pessoas para a diversão obrigatória! E é assim também que vamos acostumando as crianças, inculcando nelas a falsa idéia de que só no meio da bagunça e da agitação é que se pode ser feliz e curtir a vida.

Um filósofo americano chamado Santayana escreveu: "A educação para a vida deveria incluir aulas de solidão." Realmente, aprendemos muito com a solidão, que não se confunde com a tristeza nem com o isolamento. Ficar sozinho não significa ficar triste ou melancólico, não é um desejo de isolar-se para fugir dos outros. Tirar um momento para ficar sozinho significa extrair prazer da própria companhia, abrir espaço para a reflexão, reencontrar o próprio ritmo. É preciso desconfiar daqueles que temem a solidão. Esses, sim, devem ter algum problema, pois evitam desesperadamente ficar a sós consigo mesmos, como se fugissem de algo ameaçador. Muitas vezes, aliás, são justamente as pessoas tristes que procuram a multidão, fingindo acreditar que aquela agitação toda é sinônimo de autêntica felicidade ou alegria.

A solidão nos disciplina, incutindo um senso de recolhimento que nos ajuda a ordenar os pensamentos, a clarear as idéias. Podemos ler calmamente um livro e "conversar" com seu autor, concordando ou discordando dele. Podemos ouvir música e "viajar", em gostosos devaneios. Podemos simplesmente ficar em silêncio e meditar, pensando na vida. No entanto, um jovem que trocar uma balada de sábado à noite por um momento de solidão em seu quarto provoca enorme espanto nos colegas e até na própria família! Todos o olham como se fosse um extraterrestre. Mas querer fazer isso é absolutamente normal e necessário. É sintoma de amadurecimento. Poder estar sozinho por algum tempo é o momento precioso que temos para curtir nossa individualidade, para mergulhar em nosso mundo interior. Esse tipo de solidão nos revigora para a convivência com os outros e nos ajuda a entender melhor o que se passa à nossa volta.


Douglas Tufano nasceu na cidade de São Paulo em 1948. Formado em Letras e Pedagogia pela USP, dedica-se ao magistério desde 1969.
Foi professor efetivo da rede oficial de ensino de São Paulo e trabalhou também em escolas particulares, tendo lecionado Português, Literatura Brasileira e História da Arte.
Atualmente, ministra cursos de capacitação para professores de todo o Brasil, a convite de Secretarias de Educação e instituições particulares de ensino.
É autor de vários livros didáticos e paradidáticos, publicados por diversas editoras do Brasil.
Tem monitorado grupos em visitas didáticas a museus de arte no Brasil e no exterior.

artigo originalmente publicado em http://douglastufano.multiply.com/

APEOESP propõe realização de assembléia geral dia 13




"Subsedes devem realizar Reunião Extraordinária de Representantes de Escola dia 03 de junho; APEOESP propõe realização de assembléia geral dia 13, às 14 horas, na Praça da República"


Professoares da rede pública estadual devem parar amanhã para comparecer a assembléia que trata do decreto do governador José Serra.
No artigo 7º, fica determinado que os professores que foram obrigados a acumular mais de 10 faltas, de qualquer natureza, e aqueles que usufruíram de licenças como médicas e prêmio, excetuando- se a licença gestante, também estão impedidos de optar pelo artigo 22.
Além disso, determina que o período de afastamento para substituição deverá ser igual ou superior a 200 dias e a carga horária do substituído igual ou superior à do substituto.
O Governador ataca os direitos dos professores previstos nas legislações vigentes está no artigo 10: o docente titular de cargo que optar por concorrer a vaga pelo artigo 22 só poderá fazê-lo em nível de Diretoria de Ensino. As aulas de sua escola de origem lhe serão atribuídas compulsoriamente.
Em relação à contratação dos ACTs, o decreto prevê a realização de um processo seletivo simplificado, de âmbito regional, para professores não vinculados à rede. Em caso de perda de vínculo, o docente não poderá retornar caso não seja aprovado neste processo
seletivo, ou seja, ficará impedido de participar de qualquer processo de atribuição de classe e/ou aulas durante os anos letivos em que vigorar a classificação da seleção.
Os professores em estágio probatório estão impedidos de concorrer à atribuição de vagas pelo artigo 22 da Lei 444/85 e participar dos concursos de remoção.
O Decreto determina também que os concursos públicos serão regionalizados.


maiores detalhes no site da APEOESP http://www.apeoesp.org.br/

Dia dos Namorados


Para Freud, o termo 'amor' é reservado para o movimento do eu na direção do objeto para além da relação de puro prazer. Ou seja, ainda que portando a marca do pulsional (sexual), o amor a ultrapassa. Lacan dirá que, quando se trata do amor, o que está em jogo é a suposição de um ser no outro. Iludido pelo significante (que sugere que haja ser), o sujeito busca, com o amor, fazer signo, suspendendo, ainda que provisoriamente, o deslizamento infinito do desejo.
Contudo o amor acaba gerando uma certa dominação não falo aqui da philia, ou do amor platônico falo sobretudo do aspecto sexual do amor.
Abaixo segue um trecho bem interessante sobre esta questão.

"Você já amou? É horrível, não? Você fica tão vulnerável. O amor abre o seu peito e abre o seu coração e isso significa que qualquer um pode entrar em você e bagunçar tudo. Você ergue todas essas defesas. Constrói essa armadura inteira, durante anos, para que nada possa lhe causar mal. Aí uma pessoa idiota, igualzinha a qualquer outro idiota, entra em sua vida. Você dá a essa pessoa um pedaço seu, e ela nem pediu. Um dia, ela faz alguma coisa besta como beijar você ou sorrir, e de repente sua vida não lhe pertence mais. O amor faz reféns. Ele entra em você. Devora tudo que é seu e lhe deixa chorando na escuridão. E então uma simples frase como 'talvez devêssemos ser apenas amigos' se transforma em estilhaços de vidro rasgando seu coração. Isso dói. Não só na sua imaginação ou mente. É uma dor na alma, uma dor no corpo, é uma verdadeira dor-que-entra-em-você-e-o-destroça-por-dentro. Nada deveria ser assim, principalmente o amor.Odeio o amor".
(Sandman-Entes Queridos nº 65)


Existe também o “amor descartável” o amor contemporâneo, moderninho, esse tipo de amor é sem duvida reflexo de um profundo esvaziamento do ser humano em geral, fruto de nossa sociedade consumista e descartável uma sociedade que promove um dia como o de hoje onde o que importa não é a noção de amor e sim o que você vai dar para seu namorado(a), e se o amor tem que ser assim eu também o odeio.

Filosofia - Raffaello Sanzio

Filosofia - Raffaello Sanzio
detalhe do afresco em Stanza della Segnatura.

Aqui a Filosofia é representada como uma mulher, as cores do vestido representam os quatro elementos: vermelho (fogo), azul (ar), verde (água) e marrom dourado (terra). Na mão da mulher que representa a filosofia há dois livros, um sobre a natureza e outro sobre a moral. Os querubins carregam placas com a inscrição de inspiração aristotélica Causarum Cogito (conheça através das causas), ou seja conheça através das perguntas “Por que?”, “Como?”, “Para que?” e “De que é feito?”.

“Afinal, quem era mais ou menos sofista?”

Palavras-chave: influência grega, justiça, ideologia.

Resumo
Neste artigo examinamos o pensamento de Sócrates, Platão e dos Sofistas, observando suas idéias sobre a vida civil, a justiça e a lei. Enquanto Sócrates e Platão são idealistas e conservadores em relação ao conhecimento, à ética, e à justiça, defendendo a aristocracia, os Sofistas adotam uma teoria relativista do conhecimento, da ética e da justiça e os valores da democracia. Examinamos as bases ideológicas e políticos das críticas de Sócrates e Platão aos Sofistas e a contribuição destes para a análise dos paradigmas dogmáticos na Filosofia, na Ética, na Política e no Direito.


A proposta desta reflexão acerca do artigo “Afinal, quem era mais ou menos sofista?”, escrito pelo professor e mestre em Filosofia Política Isaar Soares de Carvalho é apresentar de forma sucinta o embate entre o pensamento de Sócrates e Platão contra o pensamento sofista, este ultimo notoriamente relativista. Para tal tomamos como base não somente a questão epistemológica em si, mas abordamos, sobretudo do ponto de vista político.


Ao iniciar nossa reflexão gostaríamos de tratar das tradições e contradições sobre os sofistas, como dito pelo professor Isaar Soares em seu artigo “a história da filosofia apresenta visões contraditórias entre si, no que diz respeito aos sofistas”, temos os defensores da chamada linha de Platão e Xenofonte que colocam os sofistas como um verdadeiro perigo para a cidade só que “sofista” originalmente não possuía esse cunho pejorativo, essa pejoratividade se alarga ainda mais com Xenofonte quando este atribui o sinônimo de “prostituto” aos sofistas, porque estes como já é sabido “vendiam" ou melhor “cobravam” por seus ensinamentos e este fato não era visto com bons olhos por Socráticos – Platônicos que consideravam tal atitude pouco louvável.
Recentemente vemos esta “linha” Socrática – Platônica perder força com a apresentação de uma nova visão sobre os sofistas, a indagação é será que os sofistas eram meramente “prostitutos” havidos por dinheiro? A resposta que o autor W.K.C. Guthrie nos coloca é que não, pensar desta forma em relação aos sofistas que contribuíram tanto para áreas como a educação e a democracia seria no mínimo uma forma de concepção reducionista.


Guthrie coloca que os sofistas apenas não procuravam o mesmo rigor em todas as discussões, Aristóteles, por exemplo, em muitos casos estava mais próximo ao pensamento sofista do que propriamente de Platão, na Ética a Nicômaco o mesmo cita:


“... Não devemos procurar o mesmo rigor em todas as discussões indiferentemente, como também não podemos exigir isso nas produções das artes. As coisas belas e as coisas justas que constituem o objeto da política dão margem a tais divergências, a tais incertezas, a ponto de termos acreditado que elas existiam somente por convenção, e não por natureza...” 1, e este não é, pois um típico pensamento sofista?


Guthrie ainda argumenta dizendo que Aristóteles se desfaz ao tratar da ética os paradigmas e leis morais existentes por si mesmos, esta idéia de “relatividade” adotada pelo sofistas vem a contribuir muito para o direito e a democracia. Então por que a querela entre os Socráticos – Platônicos e os sofistas? Para responder a esta indagação se faz importante esclarecer que o motivo desta querela não era somente de caráter epistemológico e moral, mas, indubitavelmente político e ideológico, sendo os sofistas defensores de uma democracia e Platão defensor de uma “República Ideal” (aristocracia), na qual os governantes deveriam ser filósofos. O dialogo entre os dois não podia se dar de outra forma que não por uma troca de farpas.


Segue abaixo uma visão um pouco mais detalhada desta contenda;

Platão, ateniense nato, era de família aristocrática e abastada, e tendo Crítias um dos trinta tiranos que assumiram o poder em 404 a.C. (ao fim da guerra do Peloponeso), como primo de sua mãe, discordava tanto da tirania de Crítias quanto da democracia de Péricles. Esta sua visão pessimista da democracia em grande parte deve-se ao fato da condenação de seu mestre e amigo Sócrates em 403 a.C. por um governo democrático.
_________________
1. ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco, I, 3, apud Paul RICOUER, Interpretação e Ideologias, p.63.


Na República, Platão “aceita” seis formas de governo que se subdividem em duas; as Ideais e as Reais ou Corrompidas. Na ordem estariam as Ideais citadas como Monarquia e Aristocracia diferindo-se uma da outra somente em relação ao número de pessoas que governam e as Reais ou Corrompidas encontram-se a Timocracia (Lacedemônia), Oligarquia, Democracia e Tirania, Platão considera a democracia “a pior da formas boas e a melhor das formas más”. O que é realmente importante destacar aqui é que: para Platão o homem aristocrático é “bom e justo” e homem democrático é “licencioso”, acreditando que todas as regras podem ser transgredidas, sendo assim, Platão tinha motivos suficientemente claros para ir contra os sofistas que por sua vez eram democráticos, relativistas e em sua grande maioria estrangeiros.

Conclusão
Respondendo a pergunta quem era mais ou menos sofista, podemos concluir que o fato de Platão promulgar um governo aristocrático contribuiu enormemente para sua visão dos sofistas. Qual seria sua opinião se o mesmo tivesse uma visão democrática de governo? Trata-se não somente de uma questão epistemológica, mas também de uma questão ideológica, a posição que Platão adota em relação aos sofistas está impregnada por sua aristocracia latente.


Reflexão proposta pelo professor Isaar Soares de Carvalho
Trabalho de aproveitamento do terceiro semestre do curso de filosofia do Centro Universitário Assunção (UNIFAI) escrito por Rafael Caminhas

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Filosofias no buteco

Alexandre, Mariana e Rafael (Logan)
filosofias no Buteco

Espanha: plataforma em defesa da Filosofia

A plataforma em defesa da filosofia fez uma manifestação no dia 31 de março na porta do sol, no centro de Madrid. As reivindicações foram dirigidas essencialmente aos Conselhos de Educação das Comunidades de Madrid e Castilla-La Mancha e centram-se num aumento de carga horária a fim de serem lecionados os temas considerados cruciais nesta disciplina.
Publicado originalmente no http://telegrapho.blog.pt

Logan na II War

Segundo fotos que apareceram recentemente na rede o canadense em seu filme X-Men Origens: Wolverine vai aparecer lutando pelos aliados na segunda guerra mundial.
Nas hq´s Logan foi treinado no Japão na arte do Ninjitsu, lutou na Guerra Civil Espanhola, na Segunda Guerra Mundial (ao lado do Capitão América), foi agente do Serviço Secreto Canadense e da Agência Central De Inteligência Dos Estados Unidos, mais conhecida como CIA.


O filme que contará a origem do mutante canadense, sua passagem pelo programa Arma X e seu relacionamento com vilões e aliados estréia em 1º de maio de 2009.