segunda-feira, 8 de junho de 2009

E dá-lhe metafísica neoplatonica...

Escrito por Rafael Caminhas, estudante do 5º Semestre do curso de Filosofia do Centro Universitário Assunção.
APRESENTAÇÃO

O presente instrumento tem por objetivo buscar condições por meio da “história da filosofia antiga” compreender o “problema da humanidade”.


INTRODUÇÃO

Este trabalho de pesquisa tem como tema: “Plotino e o Problema da Humanidade”.
O presente trabalho, busca a compreensão do “problema da humanidade” descrito em Plotino, para tanto buscarmos examinar algumas obras que tem por objetivo explicar o problema em questão.
Embora não exista nenhuma obra bibliográfica do próprio Plotino, tentamos interpretar de maneira racional as que tivemos contato, mesmo que sendo escritas por outros autores.
Espera-se que o presente instrumento tenha todos os subsídios necessários para o esclarecimento de tal problema.

DOCUMENTAÇÃO BIOGRAFICA

PLOTINO
Plotino nasceu provavelmente em 205 da era cristã, em Licópolis, permanecendo quase toda a juventude em Alexandria até 243 d.C., quando deixou a cidade para seguir o imperador Jordano em sua expedição oriental. Morto Jordano no meio de sua expedição, Plotino decide ir à Roma, onde chegou em 244 d.C., fundando uma escola, espelhando-se no exemplo de seu mestre e real modelador do movimento neoplatônico: Amônio Sacas.
Após fundar sua escola, em Roma, Plotino passou de 244 d. C. a 253 d. C. apenas ministrando lições, sem nada escrever, por respeito a um pacto que fizera com Erênio e Orígines, o Pagão, no sentido de não divulgar a doutrina de Amônio. Mas logo seus colegas romperam o trato, permitindo a Plotino escrever tratados, nos quais fixava suas lições. Todos os seus escritos foram ordenados mais tarde por seu discípulo Porfírio, que os dividiu em seis grupos de nove tratados, de onde veio o título Enéadas. Estes escritos chegaram integralmente até nós, por sorte, e eles são, juntamente com os diálogos platônicos e os escritos esotéricos de Aristóteles, uma das mais elevadas e sublimes mensagens filosóficas da Antiguidade. Através deles, podemos perceber o grau de profundidade espiritual do pensamento de Plotino, intensamente carregado de imagens poéticas, onde vemos lindamente explicadas fenômenos tais como a saída da alma do corpo (projeção), a análise do Uno (holos), como e porque existem um mundo físico e um outro espiritual, etc.

Plotino possuia um carisma especial, e gozou de enorme prestígio em sua época. E seu fascínio era tal que chegou a exercer uma profunda influência sobre a própria teologia cristã, como sabemos pelos testemunhos de Eusébio, do bispo Teodoreto, etc. Suas lições eram assistidas até mesmo pelo imperador Galiano e sua esposa Solonina, e foi tal o impacto que Plotino exerceu sobre eles que o imperador chegou a examinar um projeto de fundar uma cidade de filósofos que deveria se chamar Platonópolis. O projeto não foi adiante devido às tramas dos cortesãos.
Plotino morreu aos sessenta e cinco anos, em 270 d. C. Suas últimas palavras ao médico Eustóquio foram: "Procurai sempre conjugar o divino que há em vós com o divino que há no universo".

DOCUMENTAÇÃO BIBLIOGRÁFICA

Plotino
Tratado das Enéadas
Polar, 187 p.

As Enéadas apresentam uma metafísica do Uno em que a alma está situada em uma hierarquia de realidades. Esta vai do nível supremo (Deus) até o nível extremo inferior (a matéria). Plotino transportou a célebre hierarquia platônica das realidades para o eu, transformando-a em ''níveis da vida interior''. A perfeição que a alma procura não está fora, em um outro mundo, mas dentro, em um eu mais profundo. Em alguns momentos privilegiados nós alcançamos este nível mais profundo. A alma humana possui uma dimensão cósmica e divina; nós é que na maior parte do tempo nos esquecemos dela, diz Plotino.
A recente tradução brasileira de partes das Enéadas contém 12 dos 54 tratados, e tem o mérito indiscutível de colocar em circulação em nosso idioma as idéias do último grande filósofo antigo. Assim podemos ler, à guisa de introdução, aquilo que Pierre Hadot denomina ''o mínimo indispensável'' para uma leitura parcial de Plotino: as Enéadas I 6 (Sobre o Belo) e VI 9 (Sobre o Bem ou o Uno), além de outros trechos plotinianos. Estão ausentes da edição brasileira os textos da polêmica antignóstica, assim como os que aprofundam a mística e a teologia plotinianas. No entanto, dada a inexistência quase absoluta da obra de Plotino em nosso idioma, esta seleção das Enéadas preenche realmente uma lacuna essencial.

ANÁLISE TEMÁTICA


TEMA
O tema principal é propor uma explicação sobre a problemática humana.


RESUMO

A henologia plotiniana.
A base para a formulação do pensamento plotiniano não tem uma só frente. Para compreender o desenvolvimento o desenvolvimento do pensamento de Plotino e, conseqüentemente a inovação estabelecida com relação à ontologia grega, segundo “Cicero Cunha Bezerra” em seu “ Compreender Plotino e Proclos”, teríamos que regressar não não somente a Parmênides, mas ao Timeu, Fedro, Fedon, Filebo e, principalmente, ao livro VI da Republica de Platão.
Os textos plotinianos tem uma completa dependência para com Parmênides. Dependência esta que pode ser constatada no fragmento a seguir:


“O Parmênides platônico, falado com maior precisão, distingue o primeiro uno, que é Uno propriamente dito, do segundo definido como ‘Unimúltiplo’, e do terceiro, que chama ‘ Uno e Múltiplo’” ( Compreender Plotino e Proclo p. 64)

De acordo com Cícero Cunha Bezerra, podemos exemplificar a leitura Plotiniana do Parmênides a partir do seguinte esquema:
(Compreender Plotino e Proclo pp. 64, 65)


Cícero Cunha Bezerra, diz que é importante ressaltar à parte desta inter relação entre a Republica e o Parmênides, outros dois diálogos são fundamentais, o Timeu e o Filebo. O Timeo pela cosmologia e o Filebo pela relação entre os dois princípios básicos do platonismo: O limite (péras) e o ilimitado (ápeiron) que serão chaves para a compreensão do primeiro momento da processão plotiniana. Cícero também diz que J. M. Zamora em seu livro La gênesis de lo multiple. Matéria y mundo sensible em Plotino, Ressalta .

Nenhum comentário: