Terminei recentemente de ler pela segunda vez o livro Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley, bem na primeira leitura fiz uma análise política, critica da sociedade cientifica fazendo um paralelo com a sociedade globalizada do século XXI em que vivemos, nessa segunda leitura me concentrei em um outro ponto do livro, ponto este que se o leitor não estiver muito atento provavelmente nem vai perceber.
O ponto em questão é a própria condição humana, o que somos? Podemos realmente ser controlados? Se assim fosse o porque existiriam indivíduos dentro da sociedade condicionada biologicamente de Admirável Mundo Novo que simplesmente não são integramente “felizes”? Como exemplo temos a personagem do Psicólogo (especializado em hipnopedia) Bernard Marx, insatisfeito com o mundo onde vive, em parte porque é fisicamente diferente dos integrantes da sua casta, mas, seria somente por uma questão física? E o seu amigo Helmholtz Watson, Professor do Colégio de Engenharia Emocional (Seção de Redação), esta personagem já ao final do livro não se mostra tão feliz como é de se esperar, e ele não tem nenhum “defeito” físico.
Durante a segunda leitura com o olhar não no meio político, ou social mais com o olhar inteiramente no individuo, dentro de uma sociedade onde o individuo não tem por si não tem importância alguma não pude deixar de me recordar dos princípios do apolíneo e o dionisíaco, princípios estes que são abordados em O Nascimento da Tragédia de Friedrich Nietzsche. No decorrer do livro Nietzsche nos explica que todo homem é composto por dois princípios.
O primeiro é o apolíneo, metáfora do deus Apolo, apresentado por Nietzsche como o deus do sonho, das formas, das regras, das medidas, dos limites individuais. O apolíneo é a aparência, a individualidade, o jogo das figuras bem delineadas. Apolo representa domínio da imagem, da metáfora, isto é, da dissimulação. Esta categorização identifica a conceptualização com a aparência. Mas Apolo representa também o equilíbrio, a moderação dos sentidos e, num certo sentido, a própria civilidade, ou melhor, o modo como esta é ordinariamente compreendida.
O segundo principio colocado por Nietzsche é o dionisíaco, metáfora do deus Dioniso, apresentado como o gênio ou impulso do exagero, da fruição, da embriaguez extática, do sentido místico do Universo, da libertação dos instintos. É o deus do vinho, da dança, da música e ao qual as representações de tragédias eram dedicadas. Dionísio representa, portanto, o irracional, a quebra das barreiras impostas pela civilização, a dissolução dos limites do indivíduo e o eterno devir. Dioniso é o princípio metafísico do ser que é assim, paradoxalmente, compreendido como eterno fluir.
O ponto em questão é a própria condição humana, o que somos? Podemos realmente ser controlados? Se assim fosse o porque existiriam indivíduos dentro da sociedade condicionada biologicamente de Admirável Mundo Novo que simplesmente não são integramente “felizes”? Como exemplo temos a personagem do Psicólogo (especializado em hipnopedia) Bernard Marx, insatisfeito com o mundo onde vive, em parte porque é fisicamente diferente dos integrantes da sua casta, mas, seria somente por uma questão física? E o seu amigo Helmholtz Watson, Professor do Colégio de Engenharia Emocional (Seção de Redação), esta personagem já ao final do livro não se mostra tão feliz como é de se esperar, e ele não tem nenhum “defeito” físico.
Durante a segunda leitura com o olhar não no meio político, ou social mais com o olhar inteiramente no individuo, dentro de uma sociedade onde o individuo não tem por si não tem importância alguma não pude deixar de me recordar dos princípios do apolíneo e o dionisíaco, princípios estes que são abordados em O Nascimento da Tragédia de Friedrich Nietzsche. No decorrer do livro Nietzsche nos explica que todo homem é composto por dois princípios.
O primeiro é o apolíneo, metáfora do deus Apolo, apresentado por Nietzsche como o deus do sonho, das formas, das regras, das medidas, dos limites individuais. O apolíneo é a aparência, a individualidade, o jogo das figuras bem delineadas. Apolo representa domínio da imagem, da metáfora, isto é, da dissimulação. Esta categorização identifica a conceptualização com a aparência. Mas Apolo representa também o equilíbrio, a moderação dos sentidos e, num certo sentido, a própria civilidade, ou melhor, o modo como esta é ordinariamente compreendida.
O segundo principio colocado por Nietzsche é o dionisíaco, metáfora do deus Dioniso, apresentado como o gênio ou impulso do exagero, da fruição, da embriaguez extática, do sentido místico do Universo, da libertação dos instintos. É o deus do vinho, da dança, da música e ao qual as representações de tragédias eram dedicadas. Dionísio representa, portanto, o irracional, a quebra das barreiras impostas pela civilização, a dissolução dos limites do indivíduo e o eterno devir. Dioniso é o princípio metafísico do ser que é assim, paradoxalmente, compreendido como eterno fluir.
Concluindo, quem for atento vai notar estes dois princípios no livro de Huxley, não que Huxley tenha essa intenção, ou fez seu Admirável Mundo Novo com base no O Nascimento da Tragédia, não nada disso, o negócio é encontrar novas possibilidades em um livro tão complexo e tão rico como é Admirável Mundo Novo, e fica a grande pergunta, podemos realmente ser controlados inteiramente?
Curiosidades:
A banda Iron Maiden tem uma música e um álbum chamados "Brave New World" (Admirável Mundo Novo), a letra da musica foi inteiramente baseada na obra de Huxley, “Dying Swans twisted wings, Beauty not needed here, Lost my love, lost my life, In this garden of fear, I have seen many things, In a lifetime alone, Mother love is no more, Bring this savage back home”.
O nome da música e álbum Admirável Chip Novo da cantora brasileira Pitty foi inspirada no título deste livro, a letra traz paralelos incríveis com Admirável Mundo Novo, “Até achava que aqui batia um coração, Nada é orgânico, é tudo programado, E eu achando que tinha me libertado, Mas lá vem eles novamente, E eu sei o que vão fazer:Reinstalar o sistema”.
Admirável Mundo Novo ganhou um filme de 1998, com Leonard Nimoy (nosso querido Spock), não posso dar minha opinião sobre o filme porque não o vi.
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