quarta-feira, 29 de julho de 2009

Dethklok

Recentemente descobri via internet que existe sim um desenho especificamente voltado para galera que gosta de Metal, desde então fiquei viciado e agora não consigo parar de assistir.

A matéria abaixo foi escrita por Chris Alo da revista Rock Brigade

Dethklok – O Virtual e o Real. E vice-versa.

É muito difícil encontrar algo bem-humorado no mundo quase sempre sombrio e agressivo do heavy metal. No entanto, o impagável Brendon Small conseguiu justamente essa proeza: dar ao mundo do metal grandes doses de bom humor. Este comediante, ator e músico de extremo talento é também co-produtor de um dos mais engraçados e certamente o mais metálico desenho animado jamais criado, o Metalocalypse (transmitido nos EUA pelo canal Cartoon Network, com episódios disponíveis no You Tube e outros site da internet).A surpreendente popularidade alcançada pela animação transformou a banda virtual que protagoniza o programa, o Dethklok, num verdadeiro fenômeno. Camisetas, bonecos, posters, DVDs e agora o álbum The Dethalbum (o primeiro CD a conter músicas de verdade do grupo a ser lançado no mundo real) são apenas alguns dos produtos envolvendo a banda que se pode encontrar nas lojas.No entanto, embora o Dethklok não exista “de verdade”, muitos músicos de heavy metal reais já se envolveram com o programa de tevê e, por conseguinte, com a banda. James Hetfield e Kirk Hammett (Metallica), King Diamond, Michael Amott (Arch Enemy), George “Corpsegrinder” Fisher (Cannibal Corpse) e outros já emprestaram suas vozes ao desenho, com várias outras participações ainda a caminho.O criador de todo esse universo metálico paralelo, Brendon Small, conversou com a ROCK BRIGADE e nos permitiu um olhar mais profundo no brutal mundo virtual do Dethklok.

ROCK BRIGADE – Como surgiu a idéia de se fazer um desenho animado como Metalocalypse na televisão?

BRENDON SMALL – Eu criei o programa junto com Tommy Blancha. Ele é co-autor da idéia. Eu tinha criado um programa totalmente diferente antes, chamado Home Movies. Basicamente, se tratava de uma comédia sem maiores segredos, bem despojada mesmo, cuja graça se resumia aos diálogos. Quando este programa foi cancelado, comecei a pensar em idéias diferentes para um novo desenho. Tommy e eu passávamos horas conversando sobre como Hollywood era uma merda – e Tommy era o único cara envolvido com comédia que eu conhecia que também ia a shows de Cannibal Corpse, Nile, Arch Enemy e esse tipo de bandas legais. Um dia, começamos a falar sobre como era legal que o metal estava voltando a ser interessante novamente.

RB – Você sempre foi fã de metal?

SMALL – Eu comecei a tocar guitarra quando tinha 14 anos e cresci ouvindo Metallica, King Diamond, Slayer, Exodus e outros. Eu tinha todas as vídeo-aulas do Paul Gilbert e quando fiquei sabendo que ter uma guitarra já não era uma coisa tão legal quanto era na minha época, fiquei arrasado. Depois, quando eu soube que, hoje em dia, as pessoas estão interessadas novamente em aprender a tocar o instrumento, fiquei extremamente empolgado. Naquele momento, eu mal podia acreditar que tínhamos ficado tanto tempo procurando uma idéia nova quando ela estava bem na nossa frente. Um dia, pensei: “Não acredito que não estamos fazendo um desenho animado sobre heavy metal! É a única coisa que nos importa, é a única coisa sobre a qual falamos.” O pessoal da tevê sabia que eu era o autor de toda a trilha sonora de Home Movies, mas era uma coisa mais suave e atmosférica, embora apropriada. Um dia, chamei o chefe da emissora e disse a ele que tinha tido uma idéia para um novo programa. Contei que seria sobre uma banda de metal extremo, não sei se de death metal, de black metal, talvez um pouco de tudo. Mas haveria um monte de mortes e eu não sei se as pessoas entenderiam que diabos queríamos dizer com isso. E essa era a idéia!

RB – Foi só isso que você explicou a ele?!!

SMALL – Basicamente, sim. E devo dar crédito ao cara, porque ele me deu luz verde para tocar o projeto adiante. Então, escrevi a música tema, que possui toda a energia do programa, e a partir daí o Tommy e eu começamos a dar nomes aos personagens. O próximo passo foi pensarmos em tudo que poderíamos e não poderíamos fazer com o desenho. Depois que fechamos isso, as idéias começaram a fluir de todos os lugares.

RB – Como fã de metal, eu adoro o programa. Porém, você acha que é possível que pessoas que não apreciem o estilo também se interessem pelo desenho? Afinal, tem muita coisa que elas não vão entender.

SMALL – Sinceramente, eu não sei. Acho que posso comparar a situação a se ter uma banda ou a se produzir um show. Talvez seja possível saber mais ou menos qual a reação das pessoas ao programa através da internet, por exemplo, mas não estamos na mesma situação de uma banda que sobe num palco e tem todo o público ali na frente. Um show ao vivo torna muito mais fácil perceber se as pessoas estão curtindo ou não. Fora que muita gente tem medo do metal, então, eu realmente não sei se alguém de fora da cena se interessaria por um programa que trata basicamente do estilo. A coisa mais engraçada pra mim nisso tudo é ver o tamanho do nosso público feminino. Acho que as garotas ainda gostam de cabelos compridos, sei lá...

RB – Já que você é um fã desse tipo de música, teve a preocupação de não permitir que o programa mostrasse o cenário metálico com uma conotação negativa?

SMALL – Com certeza. Quando a gente soube que faria um programa falando sobre metal, dissemos: “Isso é uma responsabilidade. Temos uma coisa importante nas mãos e sabemos que outras pessoas certamente fariam besteira com ela. Mas nós temos que acertar.” Enfim, sabíamos que era nossa obrigação fazer algo legal, do jeito certo. Por isso que eu insisti que a banda tocaria instrumentos de verdade, que os dedos deveriam ser mostrados fazendo as coisas certas. Eu queria que realmente parecesse que os personagens estavam tocando as músicas, por isso, o trabalho das mãos deveria ser o mais preciso possível. É isso que faz com que o desenho seja tão difícil de se produzir, mas era importante que o fizéssemos assim.

RB – O desenho é realmente bastante detalhado.

SMALL – Isso é o principal, a arte em si. Os caras tinham que ter um visual letal, eles tinham que se levar a sério. Num mundo de animação minimalista, não vamos fazer com que o nosso desenho tenha um visual horrível. Façamos com que ele seja bem-feito. Capas de disco são o universo em que aqueles personagens vivem, por isso, vamos pegar as melhores capas de todos os tempos e fazer com que elas sejam o universo onde se passa o programa. Será essa a nossa paisagem. Isso foi legal porque, quando você decide fazer algo com um visual interessante, também motiva todo mundo que está envolvido com o projeto. Vários artistas deram tudo de si para dar sua contribuição ao desenho. Um deles foi um cara chamado Antonio Kenobi, o diretor de arte. O cara é um mestre do design e das cores. Nós fazemos com que o lance se pareça “gigantesco”, saca? Por exemplo, nós mostramos a Mordhaus [mansão onde os integrantes da banda residem no desenho] com os personagens bem pequenininhos para dar a impressão de que a paisagem é enorme. O John Schnepp, que é diretor de vários dos episódios, criou o visual de muitos dos personagens. Quando estávamos trabalhando nisso, tínhamos em mente coisas específicas, como o filme Heavy Traffic, de Ralph Bakshi, sua versão animado d’O Senhor dos Anéis e coisas com esse visual mais soturno, mais “badass”. Aliás, era essa a palavra: “badass”. Tudo tinha que parecer “badass”. Mas, apenas para reiterar, a gente sabia que não podia denegrir um gênero musical do qual realmente gostávamos. Nós respeitamos o heavy metal e não era nosso intuito fazer graça com ele. Afinal, a gente ama essa porra!!! O programa satiriza o culto às celebridades e é basicamente sobre isso que ele fala.

A MATÉRIA COMPLETA PODE SER LIDA NO SITE DA REVISTA ROCK BRIGADE.

Abaixo o video de uma das musicas da "banda"

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