O sapo não lava o pé. Não lava porque não quer. Ele mora lá na lagoa, não lava o pé porque não quer e ainda culpa o sistema, quando a culpa é da PREGUIÇA. Este tipo de atitude é que infesta o Brasil e o Mundo, um tipo de atitude oriundo de uma complexa conspiração moscovita contra a livre-iniciativa e os valores humanos da educação e da higiene! (Olavo de Carvalho é um filósofo e comentarista político brasileiro. Mesmo não confirmando, sua posição política, na teoria, seria considerada de direita - ou extrema direita conservadora. Diga - se de passagem, Olavo de Carvalho, independente se é ou não de extrema direita, é com certeza anti - comunista, pois ele mesmo já deixou isso claro. Sendo um anti - comunista, não vê o sapo - o trabalhador ou operário, numa visão mais marxista - como um membro de uma classe desfavorecida por conta do Sistema. Para Olavo, qualquer pessoa (ou o 'sapo') pode ter uma condição financeira plena, basta apenas trabalhar*. No caso, o pobre - ou, no caso, o sapo que não lava o pé - não se esforçou o suficiente para enriquecer, ou na pior das hipóteses, é um vagabundo vive na custa de outros sapos).
*na percepção marxista, o trabalho é exploratório e a proporção do número de horas de trabalho para o quanto se recebe é inversa - logo, quanto mais se trabalha, menos se ganha dinheiro.
*na percepção marxista, o trabalho é exploratório e a proporção do número de horas de trabalho para o quanto se recebe é inversa - logo, quanto mais se trabalha, menos se ganha dinheiro.
Marx:
A lavagem do pé, enquanto atividade vital do anfíbio, encontra-se profundamente alterada no panorama capitalista. O sapo, obviamente um proletário, tendo que vender sua força de trabalho para um sistema de produção baseado na detenção da propriedade privada pelas classes dominantes, gasta em atividade produtiva alienada o tempo que deveria ter para si próprio. Em conseqüência, a miséria domina os campos, e o sapo não tem acesso à própria lagoa, que em tempos imemoriais fazia parte do sistema comum de produção. (Marx, em seu clássico "Manifesto do Partido Comunista", apresenta a divisão de classes no sistema econômico, a dicotomia do dominador e do dominado: a burguesia e o proletariado. A metáfora do ato de 'lavar o pé' é a condição sócio - financeira do sapo, este que só poderá lavar o pé quando possuir condições infraestruturais adequadas e, sendo assim, quebrando o sistema comum de produção - onde o operário sai como o 'líder' de si próprio. Para isso, ele teria de organizar uma luta operária com outros sapos, pois somente através desse conflito de classes ele conseguirá o acesso pleno e digno dos recursos sociais, sem a exploração externa.)
Engels: isso mesmo. (ou seja, a idéia é de que Engels nada mais é do que uma maria - vai - com - as - outras, ou melhor, "maria - vai - com - o - Marx")
Foucault:
Em primeiro lugar, creio que deveríamos começar a análise do poder a partir de suas extremidades menos visíveis, a partir dos discursos médicos de saúde, por exemplo. Por que deveria o sapo lavar o pé? Se analisarmos os hábitos higiênicos e sanitários da Europa no século XII, veremos que os sapos possuíam uma menor preocupação em relação à higiene do pé – bem como de outras áreas do corpo. Somente com a preocupação burguesa em relação às disciplinas – domesticação do corpo do indivíduo, sem a qual o sistema capitalista jamais seria possível – é que surge a preocupação com a lavagem do pé. Portanto, temos o discurso da lavagem do pé como sinal sintomático da sociedade disciplinar. (Foucault defende o fato do sapo não lavar o pé como uma decisão pessoal - o princípio da ética de Foucault é relativa, baseado nos critérios de avaliação da pessoa que está decidindo - no caso, o sapo decide não lavar o pé baseado na cultura que lhe conduz).
Weber:
A conduta do sapo só poderá ser compreendida em termos de ação social racional orientada por valores. A crescente racionalização e o desencantamento do mundo provocaram, no pensamento ocidental, uma preocupação excessiva na orientação racional com relação a fins. Eis que, portanto, parece absurdo à maior parte das pessoas o sapo não lavar o pé. Entretanto, é fundamental que seja compreendido que, se o sapo não lava-se o sapo não lava o pé, é porque tal atitude encontra-se perfeitamente coerente com seu sistema valorativo – a vida na lagoa.
Nietzsche:
Um espírito astucioso e camuflado, um gosto anfíbio pela dissimulação - herança de povos mediterrâneos, certamente - uma incisividade de espírito ainda não encontrada nas mais ermas redondezas de quaisquer lagoas do mundo dito civilizado. Um animal que, livrando-se de qualquer metafísica, e que, aprimorando seu instinto de realidade, com a “dolcezza” audaciosa já perdida pelo europeu moderno, nega o ato supremo, o ato cuja negação configura a mais nítida – e difícil – fronteira entre o Sapo e aquele que está por vir, o Além- do-Sapo: a lavagem do pé. (O Além – do – sapo, que na linguagem nietzcheana é o “Übermensch”, ou “Super homem”, é o estágio supremo ao qual o sapo deverá atingir, nesse caso, o ato de lavar o pé o levará à sua superação como animal.O homem, ou melhor, o sapo que ainda não está preparado para essa evolução individual, estará sempre negando aquilo que não pretende fazer – por isso vem o niilismo, a anulação das coisas em sua volta – uma delas, é a negação da higiene dos pés).
Um espírito astucioso e camuflado, um gosto anfíbio pela dissimulação - herança de povos mediterrâneos, certamente - uma incisividade de espírito ainda não encontrada nas mais ermas redondezas de quaisquer lagoas do mundo dito civilizado. Um animal que, livrando-se de qualquer metafísica, e que, aprimorando seu instinto de realidade, com a “dolcezza” audaciosa já perdida pelo europeu moderno, nega o ato supremo, o ato cuja negação configura a mais nítida – e difícil – fronteira entre o Sapo e aquele que está por vir, o Além- do-Sapo: a lavagem do pé. (O Além – do – sapo, que na linguagem nietzcheana é o “Übermensch”, ou “Super homem”, é o estágio supremo ao qual o sapo deverá atingir, nesse caso, o ato de lavar o pé o levará à sua superação como animal.O homem, ou melhor, o sapo que ainda não está preparado para essa evolução individual, estará sempre negando aquilo que não pretende fazer – por isso vem o niilismo, a anulação das coisas em sua volta – uma delas, é a negação da higiene dos pés).
Filmer:
Podemos ver que, desde a época de Adão, os sapos têm lavado os pés. Aliás, os seres, em geral, têm lavado os pés à beira da lagoa. Sendo o sapo um descendente do sapo ancestral, é legítimo, obrigatório e salutar que ele lave seus pés todos os dias à beira do lago ou lagoa. Caso contrário, estará incorrendo duplamente em pecado e infração.
Podemos ver que, desde a época de Adão, os sapos têm lavado os pés. Aliás, os seres, em geral, têm lavado os pés à beira da lagoa. Sendo o sapo um descendente do sapo ancestral, é legítimo, obrigatório e salutar que ele lave seus pés todos os dias à beira do lago ou lagoa. Caso contrário, estará incorrendo duplamente em pecado e infração.
Locke:
Em primeiro lugar, faz-se mister refutar a tese de Filmer sobre a lavagem bíblica dos pés. Se fosse assim, eu próprio seria obrigado a lavar meus pés na lagoa, o que, sustento, não é o caso. Cada súdito contrata com o Soberano para proteger sua propriedade, e entendo contido nesse ideal o conceito de liberdade. Se o sapo não quer lavar o pé, o Soberano não pode obrigá-lo, tampouco recriminá-lo pelo chulé. E ainda afirmo: caso o Soberano queira, incorrendo em erro, obrigá-lo, o sapo possuirá legítimo direito de resistência contra esta reconhecida injustiça e
opressão.
Em primeiro lugar, faz-se mister refutar a tese de Filmer sobre a lavagem bíblica dos pés. Se fosse assim, eu próprio seria obrigado a lavar meus pés na lagoa, o que, sustento, não é o caso. Cada súdito contrata com o Soberano para proteger sua propriedade, e entendo contido nesse ideal o conceito de liberdade. Se o sapo não quer lavar o pé, o Soberano não pode obrigá-lo, tampouco recriminá-lo pelo chulé. E ainda afirmo: caso o Soberano queira, incorrendo em erro, obrigá-lo, o sapo possuirá legítimo direito de resistência contra esta reconhecida injustiça e
opressão.
Kant:
O sapo age moralmente, pois, ao deixar de lavar seu pé, nada faz além de agir segundo sua lei moral universal ‘apriorística’, que prescreve atitudes consoantes com o que o sujeito cognoscente possa querer que se torne uma ação universal. (Kant em sua premissa apresenta três princípios da ética, sendo o primeiro e o mais famoso deles, o conhecimento a priori. Este é o conhecimento que não possui base empírica, ou seja, o sapo não tem o conhecimento de lavar o seu pé, porque nunca o fez – ou seja, não possui experiência nisso – portanto, segundo Kant, não há nada de errado nisso. O outro conhecimento, a posteriori, é o que leva à epistemologia universal, o que predomina que todos os sapos devem lavar os seus pés. Mas enquanto o sujeito (sapo) não lava o seu pé, isso não significa que ele é um sujeito imoral, pois lavar o pé não é condição universal de sobrevivência dos sapos).
Freud:
Um superego exacerbado pode ser a causa da falta de higiene do sapo. Quando analisava o caso de Dora, há vinte anos, pude perceber alguns dos traços deste problema. De fato, em meus numerosos estudos posteriores, pude constatar que a aversão pela limpeza, do mesmo modo que a obsessão por ela, podem constituir-se num desejo de autopunição. A causa disso encontra-se, sem dúvida, na construção do superego a partir das figuras perdidas dos pais, que antes representavam a fonte de todo conteúdo moral do girino.
Nota de Freud: Kant jamais lavou seus pés.
Um superego exacerbado pode ser a causa da falta de higiene do sapo. Quando analisava o caso de Dora, há vinte anos, pude perceber alguns dos traços deste problema. De fato, em meus numerosos estudos posteriores, pude constatar que a aversão pela limpeza, do mesmo modo que a obsessão por ela, podem constituir-se num desejo de autopunição. A causa disso encontra-se, sem dúvida, na construção do superego a partir das figuras perdidas dos pais, que antes representavam a fonte de todo conteúdo moral do girino.
Nota de Freud: Kant jamais lavou seus pés.
Jung:
O mito do sapo do deserto, presente no imaginário semita, vem a calhar para a compreensão do fenômeno. O inconsciente coletivo do sapo, em outras épocas desenvolvido, guardou em sua composição mais íntima a idéia da seca, da privação, da necessidade. Por isso, mesmo quando colocado frente a uma lagoa, em época de abundância, o sapo não lava o pé.
Sartre/Kierkegaard:
O sapo lavando o pé ou não, o que importa é a existência. O sapo é um ser livre para escolher se quer ou não lavar o pé. (Os autores Existencialistas apresentam a liberdade de escolha, e a do sapo foi categórica – escolheu não lavar os pés. Porém, essa escolha implica na aceitação do resultado desta ação).
Hegel:
Podemos observar na lavagem do pé a manifestação da Dialética. Observando a História, constatamos uma evolução gradativa da ignorância absoluta do sapo – em relação à higiene – para uma preocupação maior em relação a esta. Ao longo da evolução do Espírito da História, vemos os sapos se aproximando cada vez mais das lagoas, cada vez mais comprando esponjas e sabões. O que falta agora é, tão somente, lavar o pé, coisa que, quando concluída, representará o fim da História e o ápice do progresso.
Comte:
O sapo deve lavar o pé, posto que a higiene é imprescindível. A lavagem do pé deve ser submetida a procedimentos científicos universal e atemporalmente válidos. Só assim poder-se-á obter um conhecimento verdadeiro a respeito.
Schopenhauer:
O sapo cujo pé vejo lavar é nada mais que uma representação, um fenômeno, oriundo da ilusão fundamental que é o meu princípio de razão, parte componente do principio individuationis, a que a sabedoria vedanta chamou "véu de Maya". A Vontade, que o velho e grande filósofo de Königsberg chamou de Coisa-em si, e Platão localizava no mundo das idéias, essa força cega que está por trás de qualquer fenômeno, jamais poderá ser capturada por nós, seres individuados, através do princípio da razão, conforme já demonstrado por mim em uma série de trabalhos, entre os quais o que considero o maior livro de filosofia já escrito no passado, no presente e no futuro: "O mundo como vontade e representação".
Platão1:
Górgias: Por Zeus, Sócrates, os sapos não lavam os seus pés porque não gostam da água!Sócrates: Pensemos um pouco, ó Górgias. Tu assumiste, quando há pouco dialogava com Filebo, que o sapo é um ser vivo, correto?
Górgias: Sou forçado a admitir que sim.Sócrates: Pois bem, e se o sapo é um ser vivo, deve forçosamente fazer parte de uma categoria determinada de seres vivos, posto que estes dividem-se em categorias segundo seu modo de vida e sua forma corporal; os cavalos são diferentes das hidras e estas dos falcões, e assim por diante, correto?
Górgias: Por Zeus, Sócrates, os sapos não lavam os seus pés porque não gostam da água!Sócrates: Pensemos um pouco, ó Górgias. Tu assumiste, quando há pouco dialogava com Filebo, que o sapo é um ser vivo, correto?
Górgias: Sou forçado a admitir que sim.Sócrates: Pois bem, e se o sapo é um ser vivo, deve forçosamente fazer parte de uma categoria determinada de seres vivos, posto que estes dividem-se em categorias segundo seu modo de vida e sua forma corporal; os cavalos são diferentes das hidras e estas dos falcões, e assim por diante, correto?
Górgias: Sim, tu estás novamente correto.
Sócrates: A característica dos sapos é a de ser habitante da água e da terra, pois é isso que os antigos queriam dizer quando afirmaram que este animal era anfíbio, como, aliás, Homero e Hesíodo já nos atestam. Tu pensas que seria possível um sapo viver somente no deserto, tendo ele necessidade de duas vidas por natureza,ó Górgias?Górgias: Jamais ouvi qualquer notícia a respeito.
Sócrates: A característica dos sapos é a de ser habitante da água e da terra, pois é isso que os antigos queriam dizer quando afirmaram que este animal era anfíbio, como, aliás, Homero e Hesíodo já nos atestam. Tu pensas que seria possível um sapo viver somente no deserto, tendo ele necessidade de duas vidas por natureza,ó Górgias?Górgias: Jamais ouvi qualquer notícia a respeito.
Sócrates: Pois isto se dá porque os sapos vivem nas lagoas, nos lagos e nas poças, vistos que são animais, pertencem e uma categoria, e esta categoria é dada segundo a característica dos sapos serem anfíbios.Górgias: É verdade.Sócrates: precisando da lagoa, ó Górgias meu caro, tu achas que seria o sapo insano o suficiente para não gostar de água?Górgias: não, não, não, mil vezes não, Ó Sócrates!Sócrates: Então somos forçados a concluir que o sapo não lava o pé por outro motivo, que não a repulsa à água
Górgias: de acordo
Platão2:
O sapo que vemos é nada além da corruptela do sapo ideal, que a alma conheceu antes da Queda. O sapo ideal lava seus pés eternos com esponjas imutáveis, num mundo sem movimento. O sapo imperfeito, porém, jamais lava os pés.
Aristóteles:
O [sapo] lava de acordo com sua natureza! Se imitasse, estaria fazendo arte . Como [a arte] é digna somente do homem, é forçoso reconhecer que o sapo lava segundo sua natureza de sapo, passando da potência ao ato. O sapo que não lava o pé é o ser que não consegue realizar [essa] transição da potência ao ato.Diógenes, o Cínico:
Dane-se o sapo, eu só quero tomar meu sol.
Platão2:
O sapo que vemos é nada além da corruptela do sapo ideal, que a alma conheceu antes da Queda. O sapo ideal lava seus pés eternos com esponjas imutáveis, num mundo sem movimento. O sapo imperfeito, porém, jamais lava os pés.
Aristóteles:
O [sapo] lava de acordo com sua natureza! Se imitasse, estaria fazendo arte . Como [a arte] é digna somente do homem, é forçoso reconhecer que o sapo lava segundo sua natureza de sapo, passando da potência ao ato. O sapo que não lava o pé é o ser que não consegue realizar [essa] transição da potência ao ato.Diógenes, o Cínico:
Dane-se o sapo, eu só quero tomar meu sol.
Parmênides de Eléia:
Como poderia o sapo lavar os pés, ó deuses, se o movimento não existe?Heráclito de Éfeso:
Quando o sapo lava o pé, nem ele nem o pé são mais os mesmos, pois ambos se modificam na lavagem, devido à impermanência das coisas.
Epicuro:
O sapo deve alcançar o prazer, que é o Bem supremo, mas sem excessos. Que lave ou não o pé, decida-se de acordo com a circunstância. O vital é que mantenha a serenidade de espírito e fuja da dor.
Estóicos:
O sapo deve lavar seu pé de acordo com as estações do ano. No inverno, mantenha-o sujo, que é de acordo com a natureza. No verão, lave-o delicadamente à beira das fontes, mas sem exageros. E que pare de comer tantas moscas, a comida só serve para o sustento do corpo.
Descartes:
nada distingo na lavagem do pé senão figura, movimento e extensão. O sapo é nada mais que um autômato, um mecanismo. Deve lavar seus pés para promover a autoconservação, como um relógio precisa de corda.
Maquiavel:
A lavagem do pé deve ser exigida sem rigor excessivo, o que poderia causar ódio ao Príncipe, mas com força tal que traga a este o respeito e o temor dos súditos. Luís da França, ao imperar na Itália, atraído pela ambição dos venezianos, mal agiu ao exigir que os sapos da Lombardia tivessem os pés cortados e os lagos tomados caso não aquiescessem à sua vontade. Como se vê, pagou integralmente o preço de tal crueldade, pois os sapos esquecem mais facilmente um pai assassinado que um pé cortado e uma lagoa confiscada.
Rousseau:
Os sapos nascem livres, mas em toda parte coaxam agrilhoados; são presos, é certo, pela própria ganância dos seus semelhantes, que impedem uns aos outros de lavarem os pés à beira da lagoa. Somente com a alienação de cada qual de seu ramo ou touceira de capim, e mesmo de sua própria pessoa, poder-se-á firmar um contrato justo, no qual a liberdade do estado de natureza é substituída pela liberdade civil.
Horkheimer e Adorno:
A cultura popular diferencia-se da cultura de massas, filha bastarda da indústria cultural. Para a primeira, a lavagem do pé é algo ritual e sazonal, inerente ao grupamento societário; para a segunda, a ação impetuosa da razão instrumental, em sua irracionalidade galopante, transforma em mercadoria e modismo a lavagem do pé, exterminando antigas tradições e obrigando os sapos a um procedimento diário de higienização. (Os membros da Escola de Frankfurt, que propagaram a Teoria Crítica Social, consideram o ato de lavar o pé como parte de uma ideologia dominadora, que fortalece o determinismo social. No caso, o sapo que não lava o pé estaria praticando a Racionalidade Crítica, pois vai contra os princípios de reificação da limpeza dos pés, ou seja, a banalização dela. Ele – o sapo – seria a contracultura também, pois acaba negando o Sistema, o processo de padronização promovido pela massificação).
Gramsci:
O sapo, e além dele, todos os sapos, só poderão lavar seus pés a partir do momento em que, devido à ação dos intelectuais orgânicos, uma consciência coletiva principiar a se desenvolver gradativamente na classe batráquia. Consciência de sua importância e função social no modo de produção da vida. Com a guerra de posições - representada pela progressiva formação, através do aparato ideológico da sociedade civil, de consensos favoráveis– serão criadas possibilidades para uma nova hegemonia, dessa vez sob a direção das classes anteriormente subordinadas.
Bobbio:
existem três tipos de teoria sobre o sapo não lavar o pé. O primeiro tipo aceita a não-lavagem do pé como natural, nada existindo a reprovar nesse ato. O segundo tipo acredita que ela seja moral ou axiologicamente errada. A terceira espécie limita-se a descrever o fenômeno, procurando uma certa neutralidade.
Kelsen:
Ao sapo é obrigatório não lavar o pé, pois da conduta contrária resulta a aplicação de uma sanção objetivamente válida de acordo com o direito positivo. É, ademais, moral que o sapo não lave o pé, pois o direito positivo é o único ordenamento social que possui critérios objetivos e universais para qualificar o comportamente dos indivíduos.
Ao sapo é obrigatório não lavar o pé, pois da conduta contrária resulta a aplicação de uma sanção objetivamente válida de acordo com o direito positivo. É, ademais, moral que o sapo não lave o pé, pois o direito positivo é o único ordenamento social que possui critérios objetivos e universais para qualificar o comportamente dos indivíduos.
2 comentários:
Essa história sobre o sapo, eu ainda preciso ler...
Mas, como é muito grande essa postagem, e eu estou só com o acesso pelo pc do serv. então, vai demorar, umas oitenta eras de saturno, mas quando terminar eu posto novamente!!!!
Como era a frase sobre o Kant?? ainda não entendi!!!:o
Oi!!!
Adorei o seu blog...Na verdade ele todo é um "universo de percepções!"
Tive vontade de ficar lendo sem parar. vou fazer outros comentários...em algum outro momento mais inspirada!!!
Parabéns pelo bom humor e pela criatividade!!!
Particularmente gostei das percepções dos filósofos em relação ao "porque o sapo não lava o pé" - ótimo!!!!!
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